O Irão alertou que os ataques dos EUA e Reino Unido contra os rebeldes Huthis no Iémen podem agravar a instabilidade no Médio Oriente.
"Estes ataques arbitrários não terão outro resultado senão alimentar a insegurança e a instabilidade na região", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano.
Naser Kanani condenou duramente os bombardeamentos como uma "ação arbitrária, uma clara violação da soberania e integridade territorial do Iémen e uma violação do direito internacional".
Num comunicado, o diplomata justificou os ataques com o apoio dos Estados Unidos e do Reino Unido aos "crimes de guerra do regime sionista contra o povo palestiniano durante os últimos cem dias".
Kanani expressou preocupação com as consequências para a paz e segurança no Médio Oriente e apelou à comunidade internacional para agir de forma a evitar a propagação do conflito.
O porta-voz não fez qualquer menção aos 27 ataques dos Huthis a navios comerciais no mar Vermelho desde 19 de novembro, em retaliação pela guerra de Israel contra o movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza e tendo como alvo navios com ligação a Israel.
Também hoje, um dirigente do Hamas descreveu os bombardeamentos em mais de uma dezena de locais no Iémen como "uma agressão e uma provocação a toda a nação, que indica a decisão de expandir a área de conflito para fora de Gaza".
"Isto terá repercussões", garantiu Sami Abu Zuhri, citado pelo jornal palestiniano Falastin.
O movimento libanês xiita pró-iraniano Hezbollah acusou os Estados Unidos de serem "parceiros de pleno direito" nos "massacres" cometidos por Israel na Faixa de Gaza e na Cisjordânia e manifestou solidariedade com os rebeldes do Iémen.
"Esta agressão não os enfraquecerá, mas aumentará a sua força, determinação e coragem para enfrentá-los, defender-se e continuar o seu caminho em apoio ao povo palestiniano", assegurou a milícia, citada pela rede de televisão Al Manar.