Estados Unidos
15 janeiro 2024 às 16h18
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Começa hoje no Iowa o processo eleitoral dos EUA. Trump lidera sondagens locais

Trump lidera as sondagens no Iowa com 48%, seguido pela ex-embaixadora norte-americana junto da ONU Nikki Haley que tem 20% das intenções de voto.

O processo eleitoral que vai determinar, ao longo dos próximos meses, os candidatos à Presidência dos Estados Unidos arranca hoje no pequeno estado rural do Iowa (centro-oeste) com o 'caucus' Republicano.

Após vários meses de pré-campanha, alguns debates televisivos (sempre com a ausência de Donald Trump) e várias desistências e polémicas, os aspirantes à candidatura presidencial pelo Partido Republicano são hoje confrontados, pela primeira vez, com o voto dos eleitores.

Os principais concorrentes à nomeação pelo Partido Republicano são a ex-embaixadora dos Estados Unidos junto da ONU Nikki Haley, o governador da Florida, Ron DeSantis, e o controverso (e favorito segundo as sondagens) ex-Presidente Donald Trump, após as desistências do ex-governador de Nova Jersey Chris Christie, do autarca de Miami, Francis Suarez, e do ex-vice-Presidente Mike Pence.

No Iowa, a seleção é organizada sob forma de 'caucus', uma especificidade da democracia direta norte-americana que corresponde ao nível mais básico da política partidária, as "bases" de um partido.

Os 'caucus' traduzem-se em assembleias locais, que nas áreas rurais podem juntar algumas dezenas de pessoas e, nas urbanas, várias centenas.

Uma vitória clara no Iowa é um bom indicador mas não é determinante, uma vez que o estado não representa mais que 1% dos delegados que votam nas convenções partidárias e que nomeiam o candidato que irá apresentar-se às Presidenciais, agendadas para 05 de novembro.

Trump lidera as sondagens no Iowa com 48%, seguido pela ex-embaixadora norte-americana junto da ONU Nikki Haley que, com 20% das intenções de voto, conseguiu ultrapassar o governador da Florida, Ron DeSantis, que acumula agora 16% das preferências dos republicanos, de acordo com um novo estudo divulgado na noite de sábado pelo Des Moines Register/NBC News.

O Iowa representa o primeiro grande teste à capacidade dos candidatos de comunicar com os eleitores, pelo que um bom resultado neste estado rural representará mais impulso e mais espaço mediático para o vencedor.

No seu último comício presencial antes do 'caucus' do Iowa, Trump intensificou os ataques contra Nikki Haley, classificando-a como desleal, insuficientemente conservadora e despreparada para ser Presidente, mas também contra DeSantis, a quem apelidou de 'DeSanctimonious'.

Apesar dos ataques recorrentes contra rivais políticos, Donald Trump conseguiu ontem o apoio do governador da Dakota do Norte, Doug Burgum, que desistiu da sua candidatura presidencial pelo Partido Republicano no mês passado.

Pouco depois do comício, Trump recebeu outro apoio de um ex-rival: do senador Marco Rubio, da Florida, que ficou em terceiro lugar, atrás de Trump, nas primárias do Iowa em 2016.

O evento de campanha de Trump em Indianola ficou ainda marcado pelo protesto de jovens ativistas contra as alterações climáticas, que interromperam brevemente o discurso do magnata e acabaram expulsos da sala.

"Trump é um assassino do clima!", gritaram os ativistas antes de serem retirados pelo serviço de segurança, enquanto eram vaiados pelos apoiantes do ex-Presidente, que entoavam: "EUA, EUA, EUA!".

Donald Trump, favorito nas primárias Republicanas, desafia o consenso científico sobre as alterações climáticas e diz querer relançar a perfuração de hidrocarbonetos em grande escala em todos os Estados Unidos da América (EUA) se for eleito novamente em novembro.

Numa das suas primeiras decisões ao chegar à Casa Branca, em 2017, Donald Trump abandonou o acordo climático de Paris de 2015.