A presidente da Comissão Europeia estabeleceu o alargamento da União Europeia (UE) como uma "prioridade fundamental" do seu mandato, caso consiga ser reeleita, vincando que "a História está novamente à porta".
"O alargamento da nossa União é do nosso interesse fundamental e será uma das principais prioridades da minha Comissão", declarou Ursula von der Leyen.
Neste discurso sobre as suas prioridades políticas do próximo mandato, antes do voto em plenário sobre a sua reeleição, Ursula von der Leyen apontou que "a História está novamente à porta".
"Os Balcãs Ocidentais, a Ucrânia, a Moldova e a Geórgia fizeram a sua escolha livre, escolheram a liberdade em vez da opressão, escolheram a democracia em vez da dependência, e alguns deles estão a pagar um preço elevado por essa escolha, por isso temos de fazer a nossa escolha e mostrar um compromisso firme [pois] o seu futuro será livre e próspero, dentro da nossa União", acrescentou.
O alargamento é o processo pelo qual os Estados aderem à UE, após preencherem requisitos ao nível político e económico.
Atualmente, são países candidatos à UE a Albânia, Bósnia-Herzegovina, Geórgia, Moldova, Montenegro, Macedónia do Norte, Sérvia, Turquia e a Ucrânia, sendo o Kosovo um potencial candidato.
A Ucrânia tem estatuto de país candidato à UE desde meados de 2022, meses depois do início da invasão russa.
"A nossa vizinhança é o lar do nosso futuro. Convidar países para a nossa União é uma responsabilidade moral, histórica e política e é uma enorme responsabilidade geoestratégica para a Europa porque, no mundo de hoje, uma União mais alargada será uma União mais forte, reforçará a nossa voz no mundo, ajudará a reduzir as nossas dependências e assegurará a disseminação da democracia, da prosperidade e da estabilidade em toda a Europa", elencou Ursula von der Leyen.
A responsável prometeu ainda "apoiar os candidatos, trabalhando no investimento e nas reformas e integrando-os, sempre que possível, nos nossos quadros jurídicos", garantindo que ainda assim "a adesão será sempre um processo baseado no mérito".
No seu discurso em relação ao setor da Defesa no espaço dos 27, a alemã garantiu que a "proteção da Europa é um dever da Europa", pelo que é altura de se "construir uma verdadeira União Europeia da Defesa".
"Sim, sei que há quem talvez se sinta desconfortável com a ideia. Mas o que nos deve incomodar são as ameaças à nossa segurança", assumiu Úrsula von der Leyen.
Perante despesas com a defesa "demasiado baixas e ineficazes" e "despesas externas demasiado elevadas", deve ser criado um mercado único da defesa, com maior investimento ou seja dar seguir o inscrito na Declaração de Versalhes.
"Temos de investir mais. Temos de investir em conjunto. E temos de criar projetos europeus comuns. Por exemplo, um sistema de defesa aérea abrangente - um Escudo Aéreo Europeu, não só para proteger o nosso espaço aéreo, mas também como um símbolo forte da unidade europeia em matéria de defesa", defendeu.