Incêndio
12 setembro 2024 às 00h32
Atualizado em 11 setembro 2024 às 13h08
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Incêndio que começou na Amora propaga-se até Sesimbra puxado pelo vento

O alerta foi dado às 12:52. Já são meio milhar de operacionais no local da ocorrência, com o reforço de dois grupos de bombeiros de Lisboa. Chamas começaram num carro que se incendiou na A33.

Ao fim da noite desta quarta-feira, o incêndio que teve início na Amora estava já em fase de rescaldo no concelho do Seixal, mas mantinha-se mantendo-se ainda ativo no concelho de Sesimbra, mobilizando no combate mais de 480 operacionais.

Isto depois de dois grupos de bombeiros da região de Lisboa, com 56 operacionais e 18 viaturas, se terem juntaram-se aos mais de 400 elementos envolvidos no combate ao incêndio que teve início na quarta-feira à tarde.

O vento forte é o que está a dificultar mais o combate, disse à Lusa fonte da Proteção Civil. 

"Temos como previsão dominar o incêndio durante a noite, mas vento mantém-se com alguma intensidade e é o principal fator a dificultar o combate", explicou Sérgio Moura, o comandante da sub-região da Proteção Civil da Península de Setúbal.

O presidente da Câmara do Seixal, Paulo Silva, adiantou numa nota na rede social Facebook, publicada pelas 23:12, que o fogo entrou em fase de rescaldo no seu concelho.

"O fogo encontra-se no entanto ainda ativo no concelho de Sesimbra pelo que todos os meios continuam a operar no terreno. Desta forma apelamos a todos que mantenham a calma e a serenidade e que possam cumprir as orientações das forças de segurança e da proteção civil", pode ler-se.

Paulo Silva deixou ainda um agradecimento em nome do município do Seixal a todas as autoridades que "desde o início estiveram no terreno e desenvolveram todos os esforços para que a população se mantivesse em segurança".

"A todos deixo o meu sincero reconhecimento. Foi pelo seu empenho e excelente trabalho desenvolvido que no concelho as pessoas e habitações não sofreram quaisquer danos, havendo no entanto a lamentar a área florestal ardida. (...) Igualmente agradeço às centenas de populares que foram levar água, leite e comida aos bombeiros (apesar da Câmara Municipal do Seixal ter providenciado todo este apoio) e que demonstraram a solidariedade do povo deste concelho", destacou ainda.

Segundo revelara à Lusa o Comando sub-regional da Península de Setúbal da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), os dois grupos de bombeiros da capital deslocaram-se à península de Setúbal para ajudarem no combate ao incêndio que continuava então ativo, com duas frentes..

Segundo a mesma fonte, a Estrada Nacional (EN) 377, onde, cerca das 19:30, a circulação automóvel já era difícil devido ao fumo intenso, tinha sido, entretanto, cortada ao trânsito.

Fonte do Comando Sub-Regional da Península de Setúbal indicou à Lusa que houve "habitações e uma bomba de gasolina" nas proximidades do incêndio. É neste local, na Herdade da Apostiça, que estão viradas as atenções nesta altura, pois fica perto do paiol de munições da NATO, referiu à SIC o presidente da Junta de Freguesia de Fernão Ferro.

Num balanço feito às 20h, o comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil de Setúbal, Sérgio Moura, referiu que a maior dificuldade no combate às chamas era o vento forte que se fazia sentir na região. Devido às condições de visibilidade, a estrada que liga o paiol da NATO a Alfarim foi cortada.

Nas declarações que fez, o responsável afirmou que "não há, nem houve, em qualquer altura" habitações ameaçadas. O único dano a registar até então foram "seis carros, em propriedade privada", cujo dono não se encontrava no local.

Nas redes sociais foram partilhados vídeos do incêndio.

O fogo teve origem numa viatura na Autoestrada (A) 33, ardendo cinco veículos, informou a Proteção Civil. "Esta ocorrência não provocou, conforme dados provisórios, feridos ou vítimas, registando-se cinco veículos civis ardidos", avançou a ANEPC.

A nota referiu ainda que, pelas 18:00, estavam "interditas a A33 na saída para a Aroeira e limitada a circulação nas vias circundantes ao local da ocorrência", recomendando à população "especial atenção às orientações e ordens das autoridades territorialmente competentes, devendo manter-se atenta ao desenvolvimento da situação, e evitar deslocações desnecessárias".

A concessionária da Autoestradas Baixo Tejo informou, entretanto, que o trânsito foi "reaberto nas saídas da A33 para Belverde".

"Presentemente não há habitações em risco", disse à Lusa o comandante sub-regional da Península de Setúbal da ANEPC, Sérgio Moura, pelas 17:45, dando conta de duas frentes ativas, uma das quais em direção à Herdade da Apostiça, área essencialmente florestal já no concelho vizinho de Sesimbra, e das dificuldades sentidas nas operações devido ao vento.

Segundo o comandante, há meios posicionados para defesa de um posto de abastecimento de combustíveis e de um depósito de munições militares da NATO, com a colaboração das Forças Armadas, para adoção de "medidas preventivas".

As Estradas Nacionais (EN) 377, entre Seixal e o Meco, e 378, que liga o Seixal a Sesimbra, estão condicionadas por apresentarem "reduzida visibilidade" devido ao fumo, mas não estão interditadas à circulação.

As autoridades "desaconselham as deslocações desnecessárias, não só para as pessoas não se colocarem em risco, como para não comprometerem a mobilidade dos meios de socorro", acrescentou Sérgio Moura.

Em declarações aos jornalistas cerca das 17:30, no local, o subcomandante da Proteção Civil da Península de Setúbal, Miguel Silva, indicou também não haver habitações atingidas ou qualquer dano humano, apesar de numa fase inicial as chamas terem estado próximas a um supermercado, uma bomba de gasolina e um lar localizados na zona da cauda do incêndio.

"Neste momento não oferece qualquer risco [...]. Está a arder em perímetro florestal", afirmou, admitindo, contudo, que o vento está a dificultar o combate e que tem havido "muitas reativações nos flancos".

Tópicos: Amora, Seixal, incêndio