Internacional
14 janeiro 2024 às 21h46
Leitura: 4 min

Hamas diz que muitos dos reféns israelitas terão morrido recentemente

No dia em que se assinalam os 100 dias de conflito, o porta-voz do Hamas, Abu Obeida, afirmou que "o destino de muitos reféns é desconhecido depois das semanas mais recentes".

O braço armado do grupo islamita palestiniano Hamas afirmou este domingo que "muitos" reféns israelitas foram "provavelmente mortos recentemente", atribuindo a Israel "toda a responsabilidade" pelos acontecimentos que terão ditado a morte destas pessoas.

Num discurso transmitido pela televisão, o porta-voz do braço armado do Hamas, Abu Obeida, afirmou que muitos dos reféns "foram provavelmente mortos recentemente e os outros estão em grande perigo".

Segundo Abu Obeida, a responsabilidade pelo que aconteceu a estas pessoas é da "liderança do inimigo e do seu Exército".

"O destino de muitos reféns é desconhecido depois das semanas mais recentes, e os outros entraram todos no túnel do desconhecido", referiu.

Dos cerca de 250 reféns raptados a 7 de outubro no sul de Israel pelo Hamas, cerca de uma centena foi libertada em troca de prisioneiros palestinianos durante uma trégua nos combates no final de novembro.

No entanto, mais de 130 continuam na Faixa de Gaza (território controlado pelo Hamas desde 2007), segundo as autoridades israelitas, que apuraram que 25 morreram sem que os seus corpos tenham sido devolvidos.

As famílias dos reféns que ainda estão em Gaza concluíram este domingo uma mobilização de 24 horas para pressionar o Governo israelita a garantir a sua libertação após 100 dias de cativeiro.

A iniciativa, que teve início ao anoitecer de sábado na agora denominada Praça dos Reféns de Telavive - localizada no centro da cidade e ponto de protesto semanal de familiares, amigos e cidadãos israelitas que apelam à libertação dos reféns - terminou com um discurso do Presidente israelita, Isaac Herzog, após a intervenção de outros antigos reféns, figuras políticas e internacionais.

"Cem longos dias de cativeiro, cem longos dias de solidão. São mantidos cruelmente na escuridão, em túneis, sem cuidados médicos, sofrendo terrivelmente", lamentou Herzog.

No mesmo discurso transmitido pela televisão, Abu Obeida advertiu que "os grupos aliados do Eixo da Resistência" vão "aumentar os seus ataques" contra as tropas israelitas nos próximos dias.

O Hamas, juntamente com o seu aliado libanês Hezbollah, faz parte deste conjunto de grupos armados hostis a Israel e aos Estados Unidos que conta com o patrocínio do Irão.

"Ao fim de cem dias de batalha", acrescentou o porta-voz, "a direção do inimigo esforça-se por engolir a sua dor e está a mergulhar na lama do seu fracasso".

Acusou ainda Israel de travar "uma evidente guerra religiosa" e de ter destruído "a maior parte das mesquitas da Faixa de Gaza" no espaço de 100 dias.

"Profanou, queimou e arrasou as que os seus veículos alcançaram no terreno", disse ainda Abu Obeida.