Pepe foi esta sexta-feira o jogador escolhido para falar aos jornalistas e dar a cara pela seleção, dois dias após a péssima exibição e a derrota com a Geórgia, um jogo no qual foi poupado. Revelou que teve a oportunidade de falar com António Silva, que nesse jogo ficou ligado aos dois golos dos georgianos, e revelou meio a brincar o segredo para se exibir a tão alto nível aos 41 anos.
O central começou por lamentar a morte de Manuel Fernandes e deixar uma palavra à família enlutada. E depois pronunciou-se sobre a situação de António Silva, que foi culpado nos dois golos diante da Geórgia: "Sim, falei com o António Silva. Como em várias ocasiões dizemos, somos uma família e temos de cuidar dos que fazem parte da nossa família. Mas claro que não vou relevar o conteúdo da conversa".
O central foi depois questionado sobre o segredo para se exibir a um nível tão alto aos 41 anos e numa prova exigente como um Europeu: "É a paixão que tenho pelo futebol, o amor que coloco nos treinos e nos jogos. Se me vou retirar após o Euro? Ainda não pensei sobre isso. Aqui na seleção até brincam comigo porque estou sempre dentro da máquina do gelo para recuperar, os fisioterapeutas dizem que sou o dono das máquinas. Mas é para me poder recuperar o mais rápido possível. Sei que não o faço tão rápido como os jovens, mas tento fazer o meu melhor para estar sempre disponível"."
Por esclarecer ficou a questão sobre o seu futuro, ele que termina contrato com o FC Porto no dia 31 (domingo) e já sabe que não vao continuar no FC Porto. "Eu não navego nisso, caso contrário acho que vou ficar perdido. Não penso muito nisso, sinceramente. O futuro a Deus pertence. Daqui a pouco tenho treino e isso é o mais importante. Temos um jogo bastante importante para nós e para o nosso país", atirou.
O central recusou ainda a ideia de que a confiança em torno da seleção nacional tenha baixado após a derrota e exibição fraca diante da Geórgia. "Portugal é das melhores seleções a nível estatístico. Agora em relação à nota artística... Desde o primeiro jogo, como na última derrota, os adeptos estiveram sempre connosco. Contra a Rep. Checa estivemos a perder quando não merecíamos e os adeptos continuaram a apoiar a nossa equipa. Se calhar foi essa confiança que fez com que pudéssemos ter dado a volta ao resultado. Contamos com os nossos adeptos, vamos dar o nosso melhor para poder eliminar a Eslovénia. Sabemos que vai ser um jogo muito difícil, até pelo passado recente. É não voltar a cometer os erros que fizemos nesse jogo para podermos sair vencedores", disse, acrescentado que a receita frente à Eslovénia, no jogo de segunda-feira, é "concentração competitiva".