Se dependesse apenas das mulheres, e num cenário de eleições legislativas, seria a esquerda a conseguir uma maioria no Parlamento (somaria 54 pontos percentuais). Essa implantação no feminino é particularmente acentuada no PS, no BE e no PAN. Ao contrário, se fossem apenas os homens a votar, a vitória à direita seria esmagadora (somaria 61 pontos), com destaque para a testosterona do Chega (eles mais do que duplicam o voto delas) e, numa proporção bem menos acentuada, da AD.
Detetam-se diferenças igualmente significativas quando o ângulo de análise é a idade dos eleitores. Nos dois primeiros escalões etários da amostra (18/34 e 35/49 anos), a vantagem da direita é de 19 pontos percentuais. Entre os que têm 50 a 64 anos essa vantagem cai para apenas três pontos. Mas entre os portugueses mais velhos (65 ou mais anos) o cenário inverte-se, com a esquerda a somar mais cinco pontos do que a direita.
No que diz respeito à luta pelo primeiro lugar, são de novo os socialistas que levam ligeira vantagem sobre a coligação de direita. Se nas legislativas de março a AD conseguiu uma vantagem de oito décimas (e mais dois deputados), nas europeias de junho foi o PS que conseguiu mais um ponto (e mais um eurodeputado). Um mês depois, e se houvesse eleições para a Assembleia da República, a sondagem aponta para um empate técnico (tendo em conta a margem de erro de 3,5%), com vantagem para os socialistas, que somam mais dois pontos do que PSD/CDS.
Nesta disputa também se percebe que há várias fronteiras a dividir as duas maiores forças políticas: as geográficas, desde logo com a AD à frente no Norte, Porto e Centro, enquanto o PS lidera em Lisboa e no Sul; no género, uma vez que os homens dariam a vitória a Luís Montenegro, enquanto as mulheres apostariam em Pedro Nuno Santos, e nas faixas etárias, com a coligação de direita a levar a melhor nos eleitores até aos 49 anos e os socialistas em vantagem dos 50 anos em diante.