Reação aos incêndios
16 setembro 2024 às 22h11
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Governo prolonga alerta e junta vários ministérios para tratar de apoio “urgente”

Primeiro-ministro e Presidente falaram ao país em conjunto. Ambos cancelaram as respetivas agendas.

Inicialmente ativado até às 23.59 horas de terça-feira, o estado de alerta devido aos incêndios vai ser estendido até quinta-feira. O anúncio foi por Luís Montenegro, primeiro-ministro, na sede operacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Falando ao lado do Presidente da República, o primeiro-ministro expressou “solidariedade” para com as vítimas dos incêndios e anunciou ainda que, além de cancelar a sua agenda, o Governo criou uma “equipa multidisciplinar”, constituída por vários ministérios, desde a Saúde à Coesão Territorial, para poder “estar em diálogo direto” e tratar do “apoio mais urgente e necessário” para as populações afetadas nos concelhos mais fustigados pelas chamas.

Além disso, disse o chefe do Governo, “as próximas horas [até quinta-feira] serão muito difíceis”. Como tal, deixou um pedido: “A população deve respeitar aquelas que são as indicações das autoridades, que muitas vezes vão contra os instintos mais diretos, mas que é pelo bem de todos. Temos de nos juntar para combater o inimigo comum que é o fogo.”

Marcelo Rebelo de Sousa, por sua vez, revelou ter cancelado uma “deslocação que tinha a Espanha” e que não vai “mais perto” do teatro de operações “para respeitar os operacionais” -- algo que já tinha defendido aquando dos incêndios na Madeira, no mês passado.

Deixando um “agradecimento à União Europeia” pela forma como respondeu ao pedido de ajuda ao país, o Presidente da República destacou ainda “que o número de ocorrências subiu a pique, e isso obriga a um esforço imenso. Até porque estes não são incêndios na faixa florestal clássica, mas sim muito perto de zonas povoadas e da faixa urbana”. Tanto Marcelo Rebelo de Sousa como Luís Montenegro deixaram ainda uma palavra às famílias das vítimas mortais.

Líderes políticos expressam solidariedade

Depois de ter estado em contacto com o Governo, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, garantiu que “apoia Portugal na luta contra os grandes incêndios florestais”. Já Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu, expressou solidariedade e anunciou um debate para avaliar a “prontidão de assistência” dentro da União.

Por cá, Pedro Nuno Santos, líder do PS, enviou “uma mensagem de força” a todos os bombeiros e manifestou a sua “solidariedade para com as populações afetadas pelos incêndios que assolam o país”. André Ventura, do Chega, destacou a “devastação provocada pelos  incêndios” e enviou condolências às famílias das vítimas.

Já Rui Rocha, da IL, falou em“momentos de enorme preocupação” e pediu que se concentrem os “esforços no apoio às operações de combate”. Mariana Mortágua, líder do BE, disse acompanhar a situação “com muita preocupação” e expressou a sua solidariedade. Rui Tavares, do Livre, deixou uma mensagem no X (antigo Twitter), em que agradeceu aos bombeiros e expressou “muita preocupação” com os fogos. O PCP, por sua vez, pediu “a mobilização de meios técnicos e financeiros para fazer face a estes impactos e prejuízos”.

O CDS deixou uma mensagem de apoio aos operacionais “num cenário de enorme risco”, estando Nuno Melo (ministro da Defesa) a acompanhar com “grande atenção” os fogos. Já a porta-voz e deputada do PAN, Inês Sousa Real, destacou a “devastação que estes incêndios trazem” e criticou as palavras de Eduardo Oliveira e Sousa, deputado do PSD, quando, enquanto presidente da Confederação dos Agricultores Portugueses, disse não haver fundamento em relacionar o eucaliptal e o drama dos incêndios no país.