"Acabei de apresentar ao secretário-geral do PS um quadro de aproximação com o Partido Socialista em matérias fiscais relativas quer ao IRC, quer ao IRS dos mais jovens", começou por afirmar o primeiro-ministro, Luís Montenegro, após reunião com Pedro Nuno Santos, na qual apresentou uma proposta "irrecusável" para a viabilização do Orçamento de Estado para 2025.
"No que toca ao IRC apresentei uma proposta de diminuição de metade da taxa inicialmente prevista, de apenas 1%, e o acolhimento das sugestões do PS quer na valorização do investimento das empresas nos salários, na majoração do benefício com vista à capitalização das empresas e também a diminuição da tributação autónoma dos veículos", disse Montenegro, em conferência de imprensa.
Já sobre o IRS Jovem, Montenegro afirmou que "foi entendimento do Governo adotar o modelo do PS hoje plasmado no OE para 2024, em vigor, com três alterações que vão ao encontro do programa eleitoral do PS".
"Assim, propusemos ao PS o alargamento do âmbito de aplicação do IRS Jovem, deixar de estar condicionado às qualificações académicas e ser de aplicação universal, para todos os jovens", explicou.
Luís Montenegro adiantou ainda que o Governo decidiu "alargar o período temporal dentro daquilo que são hoje as diminuições de imposto em vigor no OE".
E detalhou: "Propusemos ao PS que seja aplicado aos jovens um benefício de 100% no seu primeiro ano de trabalho, de vida ativa, de 75% do segundo ao quinto ano, de 50% do sexto ao nono ano de trabalho e de 25% do 10º ao 13º ano de trabalho".
"Com a adoção desta proposta, damos cumprimento aos princípios do programa do Governo que visam estimular a economia, o investimento (...). Não deixando de ter em vista condições mais favoráveis para a atração de investimento externo. Por outro lado, em sede de IRS Jovem, alargamos âmbito de aplicação para todos os jovens e alargamos de 5 para 13 anos a possibilidade de haver uma diminuição do pagamento de IRS ”, resumiu Montenegro. Ou seja, aumenta de cinco para 13 anos o período de isenção.
A medida terá um custo estimado de 645 milhões de euros -- contra os 1.000 milhões de euros antes estimado com a proposta inicialmente desenhada pelo Governo.
Os jovens beneficiarão de isenção total de IRS no primeiro ano, até ao limite de um valor de rendimento equivalente a 55 Indexantes de Apoios Sociais (IAS), o que corresponde grosso modo ao 6.º escalão de rendimentos.