A título de exemplo, na sua visita em 2023 ao EP de Sintra, dirigido por João Manuel do Couto Guimas, o MNP constatou “omissão do dever de denúncia ao MP em dois casos de ofensa à integridade física de recluso”; "omissão de responsabilização disciplinar e de denúncia ao MP perante um caso de comprovada falsificação de participação de uso de meios coercivos, realizada com o objetivo de legitimar agressão a recluso”; “omissão de auto de visionamento de imagens de videovigilância em alguns processos de uso de meios coercivos” (o que também é referido no sumário da visita ao EP de Coimbra); “omissão de audição de testemunhas indicadas por reclusos em inquéritos de uso de meios coercivos” e “várias falhas nos meios jurídicos de averiguação de maus-tratos”. Da visita ao EP de Santa Cruz do Bispo (Feminino) resultou a evidência de que não fora aberto inquérito para averiguações de dois casos de alegações de maus-tratos.
As participações de crimes ao MP, esclareceu o MNP ao DN, foram comunicadas à DGRSP, “de forma a que o respetivo Serviço de Auditoria e Inspeção promovesse, paralelamente, a averiguação da responsabilidade disciplinar dos funcionários”. O MNP adianta ainda ter conhecimento de que, até à presente data [6 de junho, quando respondeu às perguntas do jornal], “seis dos casos comunicados ao MP foram já objeto de inquérito ou processo disciplinar contra os guardas prisionais envolvidos”.