Queda de helicóptero no Douro
30 agosto 2024 às 23h33
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António, Daniel, Fábio, Pedro e Tiago. Quem são os militares da GNR envolvidos no trágico acidente no Douro

Quatro mortos e um desaparecido é o balanço do acidente que aconteceu em Peso da Régua, com a queda de um helicóptero de combate a incêndios. O piloto foi resgatado com vida, mas ferido. Marcelo e Montenegro consternados.

Pedro Santos, 45 anos, casado e com dois filhos. António Pinto, 36 anos, casado e com um filho. Fábio Pereira, 34 anos, com três filhos. Daniel Pereira, 35 anos, com dois filhos. Segundo o DN apurou, estes são os quatro militares mortos no trágico acidente da queda de um helicóptero no rio Douro, na viagem de regresso após ter sido chamado a ajudar no combate a um incêndio em Gestaçô, no concelho de Baião.

Desaparecido continua Tiago Pereira, de 29 anos, solteiro, o quinto militar da GNR envolvido no acidente. Resgatado com vida foi o piloto do helicóptero, Luís Rebelo, de 44 anos, que foi entretanto operado no hospital de Vila Real. Fonte hospitalar confirmou que o piloto "está estável" e sob observação médica, sem correr "risco de vida".

Os cinco ocupantes do helicóptero são naturais de Lamego, Moimenta da Beira e Castro Daire, no distrito de Viseu.

Segundo referiu fonta da GNR, os familiares dos ocupantes "estão todos avisados e estão a ser devidamente acompanhados por psicólogos" das diferentes autoridades militares e civis.

O acidente trágico deu-se esta sexta-feira ao início da tarde, quando um helicóptero caiu na zona de Peso da Régua, quando regressava do combate a um fogo em Baião. Dos seis ocupantes do veículo, piloto e cinco militares da GNR, só o piloto sobreviveu. Entre os restantes, quatro foram então encontrados já sem vida e ainda há um desaparecido.

Primeiro-ministro de lancha nas buscas

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, dirigiu-se ao local, onde se reuniu com as autoridades. Embarcou numa lancha de busca e, durante 32 minutos, percorreu as margens do rio com uma das equipas de socorro.

Mais tarde, confrontado com críticas que apontavam para a possibilidade de ter condicionado a ação das autoridades, o primeiro-ministro rejeitou que a sua presença tenha sido “motivo de alguma perturbação nas operações de busca”.

“Eu cumpro a minha obrigação de representar o Governo da República Portuguesa, representar os portugueses, poder acompanhar aquilo que foi e é um episódio triste”, justificou.

Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve no local, depois de ter cancelado a sua agenda.

Luto nacional neste sábado

Luís Montenegro anunciou ainda que foi decretado um dia de luto nacional para este sábado, o que foi confirmado pela Presidência da República numa nota oficial. "É um dia muito, muito triste para Portugal", disse o primeiro-ministro.

As causas do acidente ainda não foram divulgadas, no entanto, fontes aeronáuticas confirmaram à Lusa que o helicóptero foi obrigado a amarar no rio Douro. A informação foi confirmada pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Segundo a ANEPC, “foram de imediato enviados meios de socorro para o local para local”. “O piloto foi resgatado com vida e a está a ser avaliado por equipa médica”, referiu ainda esta Autoridade.

O helicóptero acidentado, do modelo AS350 - Écureuil, é operado pela empresa HTA Helicópteros, sediada em Loulé, Algarve.

Buscas retomadas ao nascer do sol

Segundo informações da GNR, os militares pertenciam às equipas helitransportadas da UEPS - Unidade de Emergência de Proteção e Socorro, cuja missão consiste “em efetuar a primeira intervenção em incêndios nascentes, fazendo-se deslocar de helicóptero para ao teatro de operações.” “Esta equipa helitransportada, ou secção para o caso de meio aéreo médio, é constituída por cinco, oito ou doze militares, e está equipada com material sapador para efetuar combate direto”, acrescenta a Guarda.

O helicóptero e os seis elementos da equipa tinham participado no combate a um incêndio rural em Gestaçô, Baião, e regressavam ao Centro de Meios Aéreos em Armamar. Pertencem ao Pelotão de Intervenção de Proteção e Socorro de Armamar da Companhia de Intervenção de Proteção e Socorro de Vila Real.

No briefing final, na noite de sexta-feira, o comandante Silva Lampreia, da Marinha, confirmou  que as buscas subaquáticas foram interrompidas por não haver condições de visibilidade que garantissem a segurança das operações, acrescentando que estas serão retomadas ao nascer do sol deste sábado.

No entanto, as buscas nas margens vão manter-se durante a noite para resgatar o militar desaparecido, pela possibilidade de “estar vivo e a precisar de ajuda”.

“Não vamos descansar enquanto não encontrarmos o camarada que está desaparecido”, assegurou.