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Política
25 novembro 2024 às 16h58
Leitura: 8 min

Barómetro DN/Aximage: Já não há só um líder da oposição, há dois

Ventura colou-se Pedro Nuno Santos na liderança da oposição. Montenegro é o único líder com avaliação positiva. Ministra da Saúde agravou nota negativa. Sarmento e Fernando Alexandre são os únicos ministros “positivos”. Rangel entrou em queda. Marcelo inverteu desempenho negativo de outubro.

Há um mês, Pedro Nuno Santos era claramente, e destacado, a principal “figura da oposição” com 51% das preferências deixando André Ventura, que somava 32%, a larga distância. Tudo mudou. Agora estão empatados com 39%. A queda do secretário-geral socialista, segundo os dados da sondagem da Aximage, é explicada pela perda de apoio nos eleitores de todos os partidos, à exceção da CDU. 

No PS, há uma descida de 69% para 61%; na AD, de 57% para 40%; no BE, de 53% para 44%; no Livre, de 59% para 44%; no PAN, de 40% para 18%; na IL, de 45% para 25%, e também no Chega: de 20% para 13%. Só entre os eleitores da CDU é que Pedro Nuno Santos reforçou o estatuto de principal opositor ao Governo de Montenegro – eram 60% os que o diziam, são agora 64%. 
A queda nos partidos é semelhante e transversal na restante análise. O líder do PS perde força enquanto líder da oposição em todas as regiões do país, em todos os grupos etários e em todas as classes sociais. 

INFOGRAFIA: RUI LEITÃO

O presidente do Chega, em sentido contrário, cresceu nos apoios no seu próprio eleitorado (72% para 78%) e também no do PS (19% para 26%). Mas não somente. Ventura subiu no eleitorado de todos os partidos: no PAN (de 40% para 48%), na IL (de 34% para 43%), na AD (30% para 40%), no BE (15% para 22%), na CDU (9% para 11%) e no Livre (18 para 20%).

Ao contrário de Pedro Nuno Santos, André Ventura cresce em todos os grupos etários, em todas as classes sociais e em todas as regiões, à exceção no Sul e Ilhas. 

Este posicionamento do líder do Chega quando se questiona quem é o “líder da oposição”, contudo, não corresponde quando está em causa a avaliação do desempenho dos líderes partidários. Aí, André Ventura lidera a prestação “negativa” logo seguido de Paulo Raimundo (PCP), que em outubro encabeçava esta lista. Seguem-se no ranking do desempenho negativo, e por esta ordem, Mariana Mortágua, Nuno Melo, Inês Sousa Real, Pedro Nuno Santos e Rui Rocha. 

Luís Montenegro é, em novembro, o único com claro desempenho positivo. 53% dos inquiridos avaliam positivamente a prestação do presidente do PSD enquanto que 39% pensam o contrário. Há um mês, o diferencial era de 29 pontos percentuais positivos, agora é de 14 – perdeu 15.

INFOGRAFIA: RUI LEITÃO

Rui Tavares é o segundo nesta lista de dois, mas a diferença de um ponto percentual entre “positivo” (38%) e “negativo”(37%) acaba por desvanecer dada a margem de erro de +-3,5%. Há um mês, o líder do Livre conseguia um diferencial positivo de 4 pontos. Agora desceu para 1.

Em outubro, o número dois dos líderes com avaliação positiva era Rui Rocha, para além de Montenegro e Rui Tavares, mas agora, em novembro, o líder da IL caiu de um desempenho positivo de 7 pontos para uma prestação negativa de igual valor. 

Pedro Nuno Santos também acrescentou “negativos” ao seu desempenho: eram sete pontos percentuais, são agora 12. Em suma, todos pioraram. Sendo que o líder da IL caiu do positivo para o negativo, Montenegro (líder do PSD) manteve-se positivo, apesar de descer, e Ventura, ultrapassando Raimundo, é agora o pior.

Em relação ao desempenho dos sete ministros avaliados, dois pioraram muito [Paulo Rangel e Ana Paula Martins], um melhorou pouco [Nuno Melo] e os restantes pioraram – sendo que Fernando Alexandre, ministro da Educação, e Miranda Sarmento, ministro das Finanças, são os únicos com nota positiva. 

As grandes diferenças em relação a outubro estão na prestação negativa e crescente de Ana Paula Martins (Saúde), que passou dos 29 pontos percentuais negativos para os 47 negativos, e na queda de Paulo Rangel (MNE) que estava no patamar positivo com 22 pontos percentuais e caiu para os 3 negativos. 

Marcelo Rebelo de Sousa, que em outubro tinha uma avaliação negativa de 4 pontos percentuais, inverteu o resultado e passou para a fasquia positiva com 46% contra 43% de notas negativas. Em relação ao desempenho ao Governo, nos últimos 30 dias, 48% dos inquiridos considera que o executivo tem atuado “mal” e “muito mal”. 45% dizem o contrário. 

INFOGRAFIA: RUI LEITÃO

A avaliação negativa vem principalmente de eleitores da CDU (75%) e BE (71%) seguidos dos do Livre (65%) e Chega (64%) e depois pelos do PS (59%), PAN (58%), IL (35%) e, por fim, os da AD com 24%. O “muito bem” e “bem” é valorizado, sobretudo, por eleitores da AD (73%), IL (48%), PS (36%) e Chega (32%). 

Em outubro, quando a questão colocada se referia à atuação de Montenegro enquanto primeiro-ministro, os resultados foram o inverso dos atuais sobre o desempenho do Governo: 60% avaliaram “muito bem” e “bem” enquanto que 34% consideraram que agiu “muito mal” e “mal”. E em quem tem mais confiança para primeiro-ministro? Montenegro soma 40% das preferências (tinha 45% em outubro) contra os 28% de Pedro Nuno Santos, que não se alteraram. 

INFOGRAFIA: RUI LEITÃO

E tal como o Governo, também a oposição é avaliada negativamente. 53% dos inquiridos dá nota negativa (eram 52% em outubro) contra 35% (eram 38%) dos que avaliam positivamente. À exceção de PS (40%), IL (48%) e CDU (48%), todos os restantes eleitores da oposição avaliam maioritariamente “mal” e “muito mal” a oposição: Chega (57%), BE (60%), Livre (60%) e PAN (61%). Os eleitores da AD (64%) são os mais críticos, mas não muito distantes dos três anteriores. 

Ficha Técnica 

Destinada a publicação e elaborada de acordo com um modelo proposto para a imprensa. Sondagem de opinião realizada pela Aximage - Comunicação e Imagem Lda. para o DN sobre temas da atualidade nacional política. Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal. Amostra: Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTSII), a partir do universo conhecido, reequilibrada por género (2), grupo etário (4) e escolaridade (2). A amostra teve 802 entrevistas efetivas: 688 entrevistas CAW e 114 entrevistas CATI; 372 homens e 430 mulheres; 181 entre os 18 e os 34 anos, 211 entre os 35 e os 49 anos, 204 entre os 50 e os 64 anos e 206 para os 65 e mais anos; Norte 277, Centro 183, Sul e Ilhas 114, Area Metropolitana de Lisboa 228. Técnica: Aplicação online - CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) - de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para os indivíduos com 18 ou mais anos; entrevistas telefónicas - metodologia CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing) do mesmo questionário devidamente adaptado ao suporte utilizado, ao subuniverso utilizado pela AXIMAGE nos seus estudos políticos. O trabalho de campo decorreu entre 13 e 19 de novembro de 2024. Taxa de resposta: 67,86%. Margem de erro: O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de + ou - 3,5%. Responsabilidade do estudo: Aximage - Comunicação e Imagem Lda, sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.