A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, acusou, entretanto, a presidente da Comissão Europeia de não ter tido posições fortes contra os extremistas e demagogos quando "estava a negociar" a sua permanência no cargo, criticando socialistas e verdes.
"Quando Ursula von der Leyen estava a negociar com a extrema-direita a sua reeleição, não tinha posições tão fortes contra os extremistas e demagogos. Quando estava a tentar comprar o apoio de Meloni, a extrema-direita em Itália, para a sua reeleição, não tinha opiniões tão fortes sobre a extrema-direita e os demagogos. O que sabemos sobre Ursula von der Leyen diz tanto sobre a próxima presidente da Comissão Europeia como sobre os partidos que a apoiaram", defendeu a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas na sede nacional do partido, em Lisboa.
Mortágua criticou socialistas e verdes a nível europeu por terem apoiado esta quinta-feira, em Estrasburgo, a recondução de von der Leyen, "apenas porque houve uma negociação de nomes que deu mais jeito a estes partidos", depois de na campanha para as europeias terem criticado as suas "aproximações à extrema-direita".
"E num instante todas as linhas vermelhas, todas as grandes afirmações contra a extrema-direita, todas as necessidades de construir barragens e muros, são trocadas por uma negociação de lugares. Certamente um método de fazer política com o qual não concordamos. É por isso que a esquerda se tem oposto, quer no Parlamento Europeu, quer aqui, a todo este processo de eleição de Ursula von der Leyen e das negociações que estão por trás", argumentou.
Além de ser crítica destas negociações, que na ótica do BE "deitam por terra toda a determinação toda a espinha dorsal que se espera num processo político deste género", Mariana Mortágua realçou que está também em causa um programa político ao qual o seu partido se opõe.
"O programa que Ursula von der Leyen apresenta para a Europa é trocar uma política para a paz e de construção de paz por um mercado de armamento a nível europeu. É trocar uma política de transição climática que a Europa tem de fazer por uma política de fundos de investimento. É trocar uma política de investimento público, porque a Europa tanto precisa para poder competir internacionalmente, para poder ter uma melhor reindustrialização por uma política de mercados de capitais que nos tem estado a afundar", criticou.