A Câmara de Lisboa vai atribuir a Medalha Municipal de Mérito Cultural ao cantor Marco Paulo, a título póstumo, decidiu esta sexta-feira o executivo camarário, manifestando "profundo pesar" pela morte do artista e destacando a "longa e marcante carreira musical".
"A cidade de Lisboa homenageia o músico Marco Paulo pela longa e marcante carreira musical, pela relação de afetividade e proximidade pelo seu público, mas também pelo exemplo de luta e amor à vida que deu ao longo de muitos e muitos anos de doença", lê-se no voto de pesar apresentado pela liderança PSD/CDS-PP e aprovado por unanimidade em reunião privada do executivo municipal.
Além de manifestar "profundo pesar" pela morte de Marco Paulo, expressando à sua família, amigos e admiradores as mais sentidas condolências, a Câmara de Lisboa deliberou "recomendar ao Conselho da Medalha a atribuição de uma Medalha Municipal a Marco Paulo, a título póstumo".
Tendo como modalidades Honra, Mérito e Bons Serviços, a Medalha Municipal destina-se a galardoar personalidades ou entidades de reconhecido mérito, serviços notáveis prestados à cidade de Lisboa por pessoas singulares ou coletivas, nacionais ou estrangeiras, e ainda a distinguir qualidades profissionais reveladas pelos trabalhadores ao serviço desta câmara municipal.
Em resposta à Lusa, a câmara esclareceu que a homenagem a Marco Paulo será com a Medalha Municipal de Mérito Cultural.
Em comunicado divulgado após a aprovação do voto de pesar, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), salienta que "Marco Paulo era um grande artista, um grande homem", com "um maravilhoso coração que marcou a música portuguesa e gerações inteiras, dos mais velhos aos mais novos".
"Foi símbolo de toda a luta contra as maiores adversidades: nunca desistiu, nunca parou de cantar, nunca deixou a sua paixão", acrescenta o autarca, lamentando a morte do cantor, que faleceu na quinta-feira aos 79 anos, na sequência da luta contra dois cancros, um no pulmão e outro no fígado.
"Marco Paulo deixou-nos, mas a sua voz continuará para sempre connosco e a cidade de Lisboa não podia deixar de lhe prestar homenagem. Pela longa e marcante carreira musical, pela relação de afetividade e proximidade pelo seu público, mas também pelo exemplo de luta e amor à vida que deu ao longo de muitos e muitos anos de doença", afirma Carlos Moedas.
O cantor Marco Paulo foi o intérprete de êxitos como "Eu tenho dois amores" e "Maravilhoso coração", e recebeu um Disco de Diamante, por mais de 1,5 milhões de discos vendidos.
O cantor, cuja carreira esteve ligada durante cerca de 34 anos ao produtor musical Mário Martins na discográfica Valentim de Carvalho, construiu um repertório maioritariamente de versões em português, tendo optado por um modelo de atuação no esteio de nomes como Tony de Matos (1924-1989), Rui Mascarenhas (1929-1987) e António Calvário.
Marco Paulo, nome artístico de João Simão da Silva, o intérprete de êxitos como "Eu tenho dois amores" e "Maravilhoso coração", nasceu em 21 de janeiro de 1945, em Mourão, no distrito de Évora, fixando-se com a família em Alenquer, no distrito de Lisboa, no final dos anos 1950, e depois no Barreiro (distrito de Setúbal), já na década de 1960.
Em maio de 2022, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou o cantor com a comenda da Ordem do Infante D. Henrique, pelos seus 50 anos de carreira, numa cerimónia no Palácio de Belém, em Lisboa.
O corpo de Marco Paulo estará em câmara ardente na Basílica da Estrela, em Lisboa, entre as 16:00 e as 22:00 desta sexta-feira e as 9:00 e as 12:00 de sábado. O funeral realiza-se este sábado à tarde em Lisboa.