Programação para 2025
26 novembro 2024 às 20h59
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Chantal Akerman e Burle Marx em destaque no MAC/CCB

A reabertura do Centro de Arquitetura e a remodelação da exposição permanente do museu é outro dos destaques do novo programa de exposições que se inicia em fevereiro de 2025.

Um espaço vivo, habitável e habitado.  Este é o mote para a nova temporada de exposições do museu MAC/CCB a partir de fevereiro do próximo ano. Na apresentação das atividades para 2025,  Nuria Enguita, diretora do museu, confirmou aquilo que já havia dito a este mesmo jornal, numa entrevista publicada em finais de outubro, o querer “construir uma comunidade em redor das artes plásticas e da arquitetura” acolhendo quem visita e também quem não tem por hábito vir ao MAC/CCB.

No cargo desde finais de maio este é o primeiro programa completo da sua responsabilidade. Das várias exposições  do novo programa, destaca-se  a reformulação da exposição permanente do museu que será apresentada de forma inédita. Com inauguração a 26 de fevereiro, a mostra Uma deriva Atlântica. As artes do século XX procura “desarrumar ideias feitas e cânones estabelecidos através da convocação de referências e formas artísticas habitualmente dissociadas. Nesse mesmo dia inaugura a exposição 31 Mulheres. Uma exposição de Peggy Guggenheim. Em 1943 a colecionadora nova-iorquina organizou uma das primeiras exposições dedicadas exclusivamente ao trabalho de mulheres artistas nos Estados Unidos, “o que veio romper com a mentalidade patriarcal da época em que as mulheres eram tratadas como meras musas ou companheiras de célebres artistas homens”, explicou Nuria Enguita. 

Inéditos de Akerman

“Esta é a primeira grande exposição de Chantal Akerman em Portugal”. A diretora do MAC/CCB fez questão de sublinhar a importância da exposição Travelling, dedicada à artista belga (1950-2015). “Akerman observou a realidade humana desde o início da sua carreira em Bruxelas,”. A exposição apresentará documentos arquivísticos inéditos e alguns filmes da artista serão exibidos na Cinemateca de Lisboa. 

Chantal Akerman, 'The Room' (stills) 1972. © Fondation Chantal Akerman


Para 2 de abril está prevista a reabertura do Centro de Arquitetura do museu. Com a direção de Mariana Pestana. O espaço irá explorar formas coletivas de criação de conhecimento. “O primeiro ciclo programático será dedicado ao tema Interespécies”, explicou a responsável. 

A 26 de novembro inaugura a exposição Lugar de estar: o legado de Roberto Burle Marx. Na mostra poderá ser visto parte do trabalho do escritório do arquiteto brasileiro. Ao longo da sua vida Burle Marx (1909-1994) levantou várias questões como o direito à cidade, o ativismo ambiental e a sociabilidade nos espaços públicos, entre outros temas.

Ainda ligada à arquitetura, a 2 de outubro é inaugurada a exposição Lighter no âmbito da 7ª Trienal de Arquitetura de Lisboa. “Uma exposição mais otimista de como podemos viver de forma mais leve”, indicou a diretora do museu.

Fotografia: Pedro Sadio

O fim da ditadura em Portugal será também relembrado no CCB através da mostra Cartazes sem Censura | 25 de Abril e a Revolução do Verão Quente, composta por testemunhos visuais de um período de transformação política e social resgatados de muros e paredes onde foram originalmente afixados, e preservados durante cinco décadas.

A mostra Avenida 211 irá recordar a atividade profissional do artista António Bolota, engenheiro que revitalizou e deu novos usos temporários a edifícios em renovação, em particular aquele que existiu entre 2004 e 2012, na Avenida da Liberdade, em Lisboa, e que dá nome à exposição, local central para artistas plásticos produzirem e apresentarem o seu trabalho.

Vão continuar patentes a exposição "Intimidades em fuga. Em torno de Nan Goldin" (até agosto), que reúne 36 artistas, principalmente da Coleção Holma/Ellipse, mas também da Coleção Berardo, Coleção Teixeira de Freitas e Coleção de Arte Contemporânea do Estado, e as apresentações dedicadas a Raul Hestnes Ferreira (até abril), Fred Sandback (até março) e Bêka & Lemoine (até abril).

*com Lusa