Após reunião com Paulo Rangel, primeiro-ministro em funções, o Presidente da República informou que a "notícia importante" é a de que, "até ao momento, não havia conhecimento de danos pessoais ou patrimoniais na área abrangida" pelo sismo de 5,3 na escala de Richter, registado na madrugada desta segunda-feira, a 58 quilómetros a oeste de Sines.
"As réplicas, ao contrário de outras circunstâncias e outros tempos, pareciam ter uma tendência decrescente, afastando, portanto a especulação sobre réplicas de algum vulto", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, recordando uma réplica do sismo de 1969.
Marcelo Rebelo de Sousa destacou "a capacidade de resposta muito rápida, que só não foi mais rápida porque havia de validar as informações" e salientou "a muito boa coordenação entre o Governo e a Proteção Civil. "De facto, o senhor primeiro-ministro em funções comunicou à Presidência da República muitos poucos minutos depois de ter sabido e de ter ocorrido o sismo".
O chefe de Estado voltou a transmitir uma mensagem de "serenidade, tranquilidade" e "normalidade". "Quem andar por Lisboa verifica isso e a informação que temos de outros pontos da área teoricamente abrangida é a mesma", afirmou.
"É um começo de semana normal, natural e, portanto, sem razões nenhumas de preocupação particular", frisou.
Questionado sobre o facto de ter existido demora na atualização da informação no site do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e da população não ter recebido alertas da Proteção Civil, como acontece noutras ocasiões, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "o fundamental em termos da capacidade de resposta é o curto lapso de tempo decorrido entre a ocorrência do sismo, a validação ou não dos danos pessoais e patrimoniais, a incidência do sismo", nomeadamente a precisão sobre a intensidade do sismo. "Nesse aspeto, que era o mais importante, funcionou o que devia ter funcionado", declarou.
Disse, no entanto, que a Proteção Civil "está atenta a pormenores de comunicação e à capacidade de fazer face àquilo que é a resposta por parte dos portugueses ao quererem infiormação". "O que é facto é que também disso se retiram lições para o futuro", disse o chefe de Estado agradecendo o papel dos órgãos de comunicação social.
Marcelo Rebelo de Sousa considerou que "o cenário é muito mais favorável do que aquele que poderia estar a ocorrer", e que, desde o sismo de 1969, "apreendeu-se muito, mas pode-se aprender mais".
"Felizmente que já se aprendeu muito, que já se melhorou muito, mas há sempre novas aprendizagens quer na prevenção quer na formação da sociedade", sublinhou.