Jogos Olímpicos terminaram este domingo
11 agosto 2024 às 22h34
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Quatro medalhas e 14 diplomas depois, COP já quer “mais e melhor” em LA2028

Resultado conseguido em França é o melhor de sempre. Mas a ambição é para fazer mais. No balanço, que foi “positivo”, Comité Olímpico de Portugal recusou ecoar as críticas dos atletas e disse ter “agenda fechada” com o Governo para preparar os próximos Jogos.

Foram 17 dias em Paris, que terminam com um “balanço positivo” e com o objetivo cumprido de conquistar quatro medalhas. E o Comité Olímpico de Portugal (COP) já olha para Los Angeles2028.

Em conferência de imprensa, Marco Alves, o chefe da missão portuguesa, anunciou que “estes resultados” serão capitalizado “junto do Governo”, como aconteceu com os Jogos Olímpicos de Tóquio. No final dessa edição, foram feitas “várias propostas de alteração, algumas puderam ser consignadas, outras nem tanto”. Mas a esperança é que se possa “renovar estes votos, renovar um conjunto de alterações que podem fazer sentido para preparar os próximos Jogos”. “É nesse contexto que iremos trabalhar. Temos já uma agenda fechada com o Governo sobre esse tema. Iremos trabalhar nesse sentido para que possam, efetivamente, ser criadas cada vez melhores condições aos nossos atletas”, completou Marco Alves.

Esta edição dos Jogos Olímpicos ficou também marcada por queixas dos atletas nacionais, sobretudo em relação às condições de treino. Filipa Martins, ginasta, queixou-se de não ter possibilidades de ter “uma estrutura de apoio, um acompanhamento diário”; Rui Oliveira, campeão olímpico de madison, pediu “mais apoio” e disse ter esperança de que ajudassem “mais” e pediu que “não se lembrem só daqui a quatro anos” que o ciclismo existe e que “só pensem em medalhas”; Pedro Pablo Pichardo, prata no triplo salto, foi talvez o mais vocal a expressar-se, dizendo que “o Governo só olha para o futebol” e que tem carências no treino, tendo pedido uma reunião a Luís Montenegro, primeiro-ministro.

Confrontado com isto, José Manuel Araújo, secretário-geral do COP, recusou embarcar no discurso de falta de financiamento. “O que vem do Governo para que o COP distribua para o programa de preparação olímpica é, a nosso ver, suficiente. Pode ser mais? Claro que pode ser mais, nós também temos esse espírito de reivindicação e de procurar ter um pouco mais em relação ao ciclo anterior”, afirmou. Segundo o dirigente, “todo temos sempre algo mais a pedir” e disse não ter “uma visão negativa das queixas”, mas sim “uma visão positiva de impulso ao projeto olímpico”.

No final da prova, Portugal regressa com quatro medalhas conquistadas (Iuri Leitão e Rui Oliveira, ouro em madison; Iuri Leitão, prata no ciclismo de pista, Pedro Pichardo prata no triplo salto e Patrícia Sampaio, bronze no judo). Apesar dos números idênticos aos de Tóquio2020, houve uma melhoria, com a conquista de mais uma prata e menos bronze. Isto tornou a prestação portuguesa na melhor de sempre em Jogos Olímpicos. Aquém ficaram, no entanto, as classificações entre os oito primeiros, com o COP almejar 15 . A participação nacional concluiu com 14 (quatro correspondem às medalhas e mais 10 top-8).

Ledecky, Marchand e Duplantis entram na história

Para a história ficam também três nomes, entre tantos outros: Léon Marchand, Katie Ledecky (ambos na natação) e Armand Duplantis (salto com vara).

Competindo em casa, Léon Marchand tornou-se, aos 22 anos, no primeiro francês a conquistar quatro medalhas de ouro numa só edição olímpica. Já a norte-americana Katie Ledecky igualou Larisa Latynina, emblemática ginástica soviética, tornando-se na mulher com mais títulos na história dos Jogos Olímpicos: nove. Um dos pontos mais altos de Paris2024 veio do Stade de France, onde o sueco Armand Duplantis voltou a dar espetáculo ao mundo, saltando com 30 centímetros de vantagem para o segundo lugar (Sam Kendricks), e estabelecendo um novo recorde do salto com vara: 6,25 metros.

Em destaque também esteve Novak Djokovic, tenista sérvio que, finalmente, juntou o ouro olímpico aos 24 títulos do Grand Slam. Em Pequim2008 já tinha vencido a medalha de bronze.

De volta aos palcos olímpicos esteve Simone Biles, ginasta norte-americana. Depois de uma crise de saúde mental durante Tóquio2020, a ginasta voltou a subir ao lugar mais alto do pódio e fê-lo por três vezes. A isto juntou ainda a prata na competição de solo. Ao todo, já venceu 11 medalhas, sete delas de ouro.

Teddy Riner, francês nascido em Guadalupe, fica também na história desta edição: o judoca de 35 anos venceu a prova de +100kg, e foi decisivo no combate extra por equipas, contra o Japão, que permitiu manter o ouro. Com isto, tem já sete ouros olímpicos e 11 títulos mundiais.

Em termos de medalheiro, Estados Unidos venceram o maior número de títulos: 126, com os mesmos 40 ouros da China, que foi segunda. O pódio fecha com o Japão, com 45 medalhas (e 20 ouros).

Daqui a quatro anos, os Jogos Olímpicos realizar-se-ão em Los Angeles. A cidade americana torna-se a terceira a sediar jogos por três vezes (já o fez em 1932 e 1984). Só Londres e Paris foram sedes o mesmo número de vezes.

O que esperar para Los Angeles? Além de uma cerimónia de abertura que irá focar-se em ligar “todas as épocas” de Jogos. Além disso, trará consigo cinco novas modalidades olímpicas: beisebol, softball, críquete, flag football, lacrosse e squash. De fora ficará o breaking, modalidade que se estreou este ano. E as expectativas estão em alta: a revista Sports Illustrated já desejou “boa sorte” para fazer “melhor do que Paris”.