Toshiyuki Mimaki tinha apenas três anos quando os EUA lançaram a bomba atómica em Hiroxima a 6 de agosto de 1945 e, três dias depois, em Nagasáqui. Hoje é um dos copresidentes da associação Nihon Hidankyo, que reúne outros “sobreviventes da bomba” como ele - conhecidos como Hibakusha - e que esta sexta-feira foi galardoada com o Prémio Nobel da Paz. “É mesmo verdade? Inacreditável”, reagiu entre lágrimas e aplausos. “Nunca imaginei que isto pudesse acontecer”, disse aos jornalistas que estavam na câmara de Hiroxima para ouvir o anúncio.
“Os Hibakusha ajudam-nos a descrever o indescritível, a pensar o impensável e a compreender de alguma forma a dor e o sofrimento incompreensíveis causados pelas armas nucleares”, disse o presidente do Comité Norueguês, Jorgen Watne Frydnes. E explicou que o Nobel da Paz deste ano distingue os esforços da Nihon Hidankyo “para alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar, através de depoimentos de testemunhas, que as armas nucleares nunca mais devem ser usadas”.