Logo pela manhã, numa viagem de comboio entre Marco de Canavezes e o Porto, Pedro Nuno Santos despachou a mensagem essencial do dia, esperando que as televisões a ecoassem nas horas seguintes sucessivas vezes.
Com a campanha a entrar na reta final - hoje ficam a faltar apenas quatro dias para terminar e seis para o país ir a votos, com o sábado de reflexão pelo meio -, o líder do PS decidiu dramatizar o apelo ao voto útil à esquerda no seu partido.
“Só vamos conseguir continuar a avançar se o PS derrotar a AD . Por isso, não podemos desperdiçar votos”, sustentou - numa mensagem que acentuaria logo a seguir: “Aquilo que interessa é concentrarmos os votos no PS e garantirmos que o PS ganha. Quem quer travar o regresso da direita ao poder e o regresso ao passado deve concentrar o seu voto no PS. Peço a todos os indecisos que votem no PS”, declarou, tendo a seu lado o cabeça de lista socialista pelo círculo do Porto, Francisco Assis.
Tentando falar aos indecisos, acrescentaria: “Percebam o que está em causa, depois de o país ter conquistado uma estabilidade orçamental e financeira muito importante”. “Há problemas que persistem, mas temos agora condições para avançarmos mais e resolvermos muitos desses problemas. E há uma escolha para fazer no próximo dia 10: Nós temos a ambição de investir nos serviços públicos, no aumento dos salários e das pensões, mas o nosso principal adversário tem um projeto diferente”, sustentou. “Nós não estamos a apresentar um programa de alívio fiscal só para alguns e que vai beneficiar quem não precisa. O nosso projeto, que também prevê alívio fiscal, vai beneficiar a esmagadora maioria da população.”
Também a norte, Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, não perdeu muito tempo a reagir ao líder socialista: “O que vai estar em decisão no próximo dia 10 de março não é a bipolarização entre PS e PSD. A verdadeira bipolarização é entre aqueles que acham que, de forma mais rápida ou menos rápida, o caminho é o desmantelamento do SNS ou aqueles que acham que a solução para utentes e profissionais passa por um SNS mais robusto e com mais meios para dar a resposta necessária.”