Reino Unido
02 novembro 2024 às 22h39
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Quem é Kemi Badenoch, a sucessora de Rishi Sunak e nova líder da oposição

Conservadores elegeram para a liderança do partido uma libertária de origem nigeriana que se apresenta como engenheira e não como política.

Com o voto de 53.806 militantes, Kemi Badenoch confirmou o seu favoritismo e tornou-se na nova líder do Partido Conservador, sucedendo a Rishi Sunak e, ao mesmo tempo, passa a ser a líder da oposição. Na última fase da corrida tinha como adversário outro candidato com propostas pouco moderadas, Robert Jenrick, que recebeu 41.388 votos.

Nascida há 44 anos em Wimbledon, Olukemi Olufunto Adegoke é filha de um médico e de uma professora universitária, ambos nigerianos. Passou parte da infância e da adolescência na Nigéria e nos Estados Unidos, experiências que a levaram a ser atraída pelo libertarianismo. “Cresci num sítio onde as luzes não acendiam, onde ficávamos frequentemente sem combustível, apesar de o país ser produtor de petróleo”, disse à BBC. Como a maioria dos tories revê-se na ex-primeira-ministra Margaret Thatcher e a sua política de privatizações e desregulamentação do mercado.

Formou-se em engenharia informática e em direito, e é na condição de engenheira, e não de política ou de jurista, que se apresenta. “Os políticos fingem que tudo é possível e fazem promessas que não podem cumprir. Os engenheiros, por outro lado, aceitam a realidade. Os engenheiros são honestos. Os engenheiros tornam as coisas possíveis”, sustenta. Daí que se apresente com uma líder resoluta para solucionar problemas e ao mesmo tempo ser uma agente de transformação do Estado britânico, que na sua ótica precisa de se “reativar, reiniciar e reprogramar” para se alcançar uma economia com menos Estado e menos impostos.

No entanto, no currículo de Badenoch - apelido adquirido ao casar-se com um diretor bancário irlandês, com o qual tem três filhos - a engenharia foi exercida apenas na parte inicial da carreira. Foi consultora de serviços financeiros antes de se tornar representante na assembleia de Londres, em 2015, e pouco depois fez campanha pelo Brexit. É deputada desde 2017, tendo feito parte dos governos de Liz Truss e de Rishi Sunak. 

São as suas posições francas e duras que a tornaram popular nas bases conservadoras, da imigração ao multiculturalismo, do colonialismo ao discurso contra o wokismo. “Digo o que penso. E digo a verdade”, disse à BBC.