Um volte face no FC Porto com contornos que não agradaram nada a Sérgio Conceição. Vítor Bruno, que foi seu adjunto durante 13 anos, passou a primeira opção para treinador da equipa principal, num processo, segundo fonte próxima do treinador, gerido à revelia do ainda técnico dos dragões que se sente traído pelo seu adjunto de longa data.
Mas vamos aos factos. Terça-feira à noite, no jantar de fecho de época da equipa técnica portista, Vítor Bruno comunicou a Conceição que queria dar início a uma carreira a solo e que tinha um convite do estrangeiro (do Qatar). Conceição ouviu e, de acordo com uma fonte próxima, “achou que era o caminho normal, após 13 anos de colaboração e de grande aprendizagem”, chegando a desejar as maiores felicidades ao adjunto.
Mas na quarta-feira tudo se precipitou. Numa reunião com o presidente André Villas-Boas (AVB), em casa do atual presidente dos dragões, que de acordo com uma fonte próxima do treinador estava a decorrer de uma forma cordial durante duas horas, Conceição foi informado pelo atual presidente dos dragões que afinal afinal Vítor Bruno seria o seu sucessor.
Segundo a mesma fonte, a intenção de AVB era rescindir o contrato de Conceição (assinado ainda na gerência de Pinto da Costa, a dois dias das eleições) e anunciar Vítor Bruno.
Ao que foi possível apurar, desde o início de maio que Vítor Bruno estava em contactos com Antero Henrique, ex-admninistrador da SAD do FC Porto que atualmente tem um cargo relevante na estrutura do futebol do Qatar, e ao mesmo tempo com elementos da estrutura de Villas-Boas.
Sérgio Conceição, ainda de acordo com uma fonte próxima do treinador, “sente que levou uma facada nas costas” do adjunto com quem trabalhou 13 anos, e “lamenta não ter havido frontalidade por parte de Vítor Bruno na hora de anunciar qual o próximo passo”.
A intenção da SAD portista, também presidida por Villas-Boas, é fazer uma transição tranquila junto do plantel, daí que o nome de Vítor Bruno, portista ferrenho e conhecedor dos cantos da casa, tenha passado a ser primeira opção.
O adjunto, recorde-se, era o braço direito do ainda técnico portista. E foi sempre ele que o substituiu no banco nas várias vezes em que Conceição esteve impedido de o fazer por castigo.
O DN sabe que restantes adjuntos de Conceição - Siramana Dembélé, Diamantino Figueiredo, Vedran Runje e Eduardo Oliveira - estão com o treinador, e caso Conceição abandone o FC Porto, vão acompanhá-lo-ão no novo projeto, que pode passar pelo Marselha, da I liga francesa.