Guerra no Médio Oriente
25 agosto 2024 às 10h01
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Israel afirma ter destruído milhares de rampas de lançamento de foguetes do Hezbollah

Israel lançou "uma operação complexa durante a qual cerca de 100 aviões atingiram milhares de plataformas de lançamento de foguetes apontadas para o norte de Israel em 40 zonas de tiro no sul do Líbano".

O Exército israelita anunciou este domingo que "cerca de uma centena" dos seus aviões "alvejaram e destruíram milhares de plataformas de lançamento de foguetes do Hezbollah" durante ataques para impedir um ataque de 'drones' do grupo xiita libanês. O ataque provocou três mortes e dois feridos. 

O Hezbollah, por seu lado, anunciou a conclusão do seu ataque deste domingo, depois de ter lançado "um grande número de drones" e "mais de 320" foguetes Katyusha contra 11 bases militares em Israel e nos Montes Golã sírios ocupados por Israel, em resposta à morte de um dos seus líderes militares num ataque israelita a Beirute, em 30 de julho.

"Pouco antes das 5h00 (02h00 GMT), a Força Aérea israelita lançou "uma operação complexa durante a qual cerca de 100 aviões atingiram milhares de plataformas de lançamento de foguetes apontadas para o norte de Israel em 40 zonas de tiro no sul do Líbano", disse um relatório do porta-voz militar, tenente-coronel Nadav Shoshani.

O oficial garantiu que o Hezbollah estava "a preparar um ataque em grande escala" e que Israel agiu em situação de "defesa" para afastar ameaças. 

O Ministério da Saúde libanês afirmou que o ataque causou três mortes. Duas pessoas morreram num "ataque inimigo israelita" na aldeia de At-Tiri e uma terceira foi morta num "ataque com 'drone' israelita a um carro na aldeia de Khiam", disse o ministério.

O movimento Amal, aliado do Hezbollah, anunciou a morte de um dos seus membros no fogo israelita, especificando que era natural de Khiam.

O Ministério da Saúde libanês declarou ainda que duas pessoas ficaram feridas, incluindo um sírio, numa "série de ataques israelitas" no sul do país.

Os disparos do Hezbollah faziam parte de um "ataque planeado que era maior", mas os militares israelitas "conseguiram frustrar grande parte dele esta manhã", acrescentou o porta-voz.

"Ainda estamos a avaliar os danos causados pelo ataque [e] se ainda há incêndios", acrescentou, apesar de garantir que "os danos são menores" no lado israelita.

O Exército israelita já tinha anunciado o lançamento de bombardeamentos no Líbano, após ter detetado preparativos do Hezbollah para "ataques em grande escala" contra Israel. 

Na rede social X (antigo Twitter), o Exército israelita afirma que o Hezbollah disparou hoje de manhã "mais de 150 projéteis do Líbano em direção a Israel".

O movimento xiita, aliado do grupo islamita palestiniano Hamas, afirmou, em comunicado, ter "lançado um ataque aéreo utilizando um grande número de 'drones'" em Israel, em particular contra um "importante alvo militar" que não identificou.

"O número de 'rockets' Katyusha lançados até agora subiu para mais de 320", escreveu o Hamas num outro comunicado, afirmando ter atingido onze bases e quartéis israelitas.

Entretanto, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou uma reunião do gabinete de segurança durante a madrugada.

O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou estado de emergência militar.

Em comunicado, o Ministério da Defesa afirmou que Gallant ativou uma "situação especial na frente interna" e acrescentou que a "declaração de estado de emergência permite ao exército dar instruções aos cidadãos de Israel, tal como limitar as reuniões e encerrar locais".

Já o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, deverá discursar hoje às 16:00 (em Lisboa).