De maio de 2023 até agora, os Serviços Partilhados do Ministério do Saúde (SPMS), organismo que gere este mecanismo destinado ao utente, emitiu 354 mil pedidos de Auto Declaração de Doença (ADD) - ou seja, o documento em que o trabalhador assume ele próprio não estar em condições de trabalhar, precisando de autocuidados pelo menos até três dias, e entrega ao patronato. Desde a sua entrada em vigor, a quantidade de pedidos de ADD tem vindo a aumentar em relação ao mês anterior, apenas com uma exceção em junho quando este número foi menor do que o de maio (ver gráfico).
E em 2024, a avaliar só pelos primeiros 14 dias de janeiro, esta tendência de crescimento vai continuar, pois neste período de apenas duas semanas o número de pedidos atingiu os 61 260, o que supera os 54 606 feitos durante os 31 dias de dezembro, mês que era, até aqui, aquele em que mais ADD foram emitidas.
O motivo para este aumento pode estar associado ao facto de “janeiro ter sido um mês de grande pressão nas urgências e nos cuidados primários devido ao pico de infeções respiratórias”, explicou ao DN o vice-presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, António Luz Pereira. “Relembro que o número de contactos para a Linha SNS 24 também aumentou e que até alguns doentes que podem ter recorrido às urgências no privado, tendo o diagnóstico, e podendo ficar em autocuidado, solicitaram a emissão de uma ADD”, acrescentou o médico.