A Iniciativa Liberal considerou esta quinta-feira que a decisão hoje anunciada pelo PS de viabilizar a proposta de Orçamento para 2025 revela fragilidade, derrota e cedência à pressão interna por parte da liderança socialista de Pedro Nuno Santos.
Esta posição foi transmitida pelo presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, no parlamento, logo depois de o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, ter anunciado que o seu partido irá viabilizar pela abstenção a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2025.
Rui Rocha acusou Pedro Nuno Santos de ter "mergulhado o país num drama" ao longo de meses para anunciar agora uma decisão sobre o Orçamento em relação à qual "não tinha fuga possível".
"Do ponto de vista do PS, esta era uma proposta de Orçamento que não se podia recusar. Do ponto de vista do país, esta proposta negociada com o PS é um mau Orçamento", disse, adiantado que a IL vai decidir este domingo o seu sentido de voto face ao diploma do executivo.
"Vou consultar o Conselho Nacional da IL no próximo domingo, vou reunir o Grupo Parlamentar da IL e, ao contrário do que acontece no PS, não informamos uma data e, depois, sob a pressão interna, comunicamos a posição antes do que estava previsto", apontou Rui Rocha.
Perante os jornalistas, o líder da IL acusou Pedro Nuno Santos de ter mergulhado o país "durante meses, numa dúvida face à qual o secretário-geral do PS chega agora à conclusão de que não fazia nenhum sentido".
"O país viveu um drama sem que Pedro Nuno Santos consiga apresentar nenhuma justificação para isso, porque para o PS é evidente que este é um Orçamento em relação ao qual Pedro Nuno Santos não tinha fuga. Andou a ensaiar uma fuga durante este tempo todo para agora chegar a esta conclusão, provavelmente derrotado internamente pela pressão de pessoas e figuras do PS no sentido da viabilização", sustentou.
Neste contexto, Rui Rocha concluiu que se estar perante "uma evidente derrota daquilo que Pedro Nuno Santos pretendia".
"Esta antecipação da divulgação da posição do PS representa de facto uma enorme fragilidade de Pedro Nuno Santos. Os argumentos que agora utilizou, designadamente o argumento de que o país teve em eleições há seis ou sete meses, sendo verdadeiros, são exatamente os mesmos argumentos que valiam há cinco ou seis meses", observou.
Para o presidente da IL, o secretário-geral do PS "sofreu uma enorme derrota".
"Esteve sempre à procura de um pretexto para não viabilizar este Orçamento", acrescentou.