GUERRA
12 outubro 2024 às 10h44
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Hezbollah reivindica oito ataques com foguetes e mísseis contra Israel

O grupo xiita libanês Hezbollah declarou que, durante a madrugada deste sábado, os seus combatentes realizaram oito ataques com projéteis e mísseis contra tropas israelitas.

O grupo xiita libanês Hezbollah declarou que, durante a madrugada de hoje, os seus combatentes realizaram oito ataques com projéteis e mísseis contra tropas israelitas.

O movimento libanês indicou, através de vários comunicados, que os seus combatentes lançaram durante a madrugada de hoje uma série de projéteis contra "concentrações de soldados" e posições do "inimigo israelita" em Kfar Giladi, Honin, Al-Jardah, Zarit e Melia.

Os "'mujahideen' [combatentes] da Resistência Islâmica" atacaram também com mísseis "uma escavadora militar sionista que tentava abandonar as proximidades do sítio de Ramya", referiu o grupo xiita.

Outro ataque com uma série de mísseis teve como alvo "uma fábrica de materiais explosivos" numa base militar em Haifa, no norte de Israel, assegurou o Hezbollah, reiterando que estes lançamentos são "em apoio ao povo palestiniano em Gaza e em defesa do Líbano e do seu povo".

Entretanto, os ataques aéreos israelitas continuam contra cidades no sul do Líbano, onde um edifício de três andares "foi completamente destruído" em Kawthariya al-Siyad, em Tiro, segundo a agência nacional de notícias libanesa NNA, que não reportou vítimas.

Israel e o Hezbollah enfrentam-se há um ano numa divisão, um confronto que nas últimas semanas atingiu outro nível com uma intensa campanha de bombardeamentos israelitas contra o Líbano, incluindo Beirute, que já provocou mais de 2.200 mortos e 1,2 milhões de deslocados.

O Irão instou a ONU a condenar o ataque israelita a um hospital de campanha do Crescente Vermelho iraniano, na fronteira entre o Líbano e a Síria, na quarta-feira, classificando-o como uma "crime de guerra".

"A República Islâmica do Irão solicita ao Conselho de Segurança que condene da forma mais forte possível este crime hediondo", afirmou o embaixador permanente iraniano na ONU, Amir Saeid Iravani, segundo a agência de notícias IRNA.

"O Conselho de Segurança deve cumprir o seu dever de proteger os civis, os trabalhadores de ajuda humanitária e as instalações médicas", disse Iravani, que classificou o ataque ao hospital de campanha como uma "clara violação do direito humanitário internacional" e um "crime de guerra indiscutível".

O embaixador do Irão na ONU disse que esta instalação humanitária iraniana foi estabelecida na fronteira entre o Líbano e a Síria, depois de informar a Cruz Vermelha Internacional, "a fim de prestar ajuda vital aos civis libaneses deslocados e às vítimas dos bombardeamentos israelitas".

O Irão é um dos principais aliados do Hezbollah e lidera também o chamado Eixo da Resistência, uma aliança anti-Israel formada pela milícia libanesa, pelo grupo islamita palestiniano Hamas e pelos rebeldes Huthis do Iémen, entre outros.

Israel expande evacuações

Paralelamente ao ataque do Hezbollah, o Exército israelita ordenou hoje novas evacuações em Gaza, que afetam agora toda a parte norte do enclave até às portas da capital da faixa palestiniana, onde os combates se intensificaram devido ao reagrupamento do Hamas.

"As Forças de Defesa de Israel estão a operar agressivamente contra organizações terroristas na área e continuarão a fazê-lo por muito tempo. A área designada, incluindo abrigos, é uma zona de combate perigosa e deve ser evacuada imediatamente", afirmou o porta-voz árabe do exército, Avichay Adraee.

Israel retomou esta semana a ofensiva militar terrestre no norte do enclave e estendeu as ordens de evacuação para as suas principais cidades, incluindo o campo de refugiados de Yabalia, uma das áreas mais povoadas da Faixa e para onde os habitantes de Gaza estavam a regressar.

A agência de notícias palestina Wafa informou que o campo de Jabalia, na Faixa de Gaza, sofreu intensos bombardeamentos aéreos e terrestres durante a madrugada de sábado, causando dezenas de mortos e feridos, incluindo crianças.

De acordo com Wafa, apesar das ordens de evacuação, muitos residentes em Yabalia optaram por ficar, não tendo alternativa segura para onde ir.

Israel bombardeou na sexta-feira à noite as proximidades da mesquita Omari, em Jabalia, causando 22 mortos e 90 feridos, enquanto as condições humanitárias pioram no campo, com escassez de alimentos, medicamentos e abastecimento de água.

Desde o início da guerra, em 07 de outubro, 42.126 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza e 98.117 ficaram feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, que estima existirem também 10 mil corpos presos sob os escombros.

No meio de uma ofensiva no norte da Faixa, os principais hospitais da região estão sitiados por tropas israelitas e estão à beira do colapso, especialmente o Kamal Adwan em Beit Lahia, onde o Gabinete Humanitário das Nações Unidas (OCHA) estava sem acesso pelo terceiro dia consecutivo sem poder fornecer necessidades básicas e combustível.