Arte
22 março 2024 às 16h57
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Patti Smith inaugura a sua exposição em Lisboa

Evidence, a exposição da autoria da norte-americana Patti Smith com o colectivo Soundwalk Collective inaugurou esta sexta-feira. Esta é a segunda vez que a exposição é exibida mundialmente depois de ter estado 4 meses no Centro Pompidou, em Paris.

Passavam poucos minutos depois das 11horas quando a norte-americana Patti Smith, acompanhada por Stephan Crasneasnscki (membro dos Soundwalk Collective) entrava na sala de exposição no MAC/CCB onde está exposta, a partir desta sexta-feira,  Evidence.

A mostra é uma experiência imersiva de sons, imagens, textos e objetos no qual Patti Smith e os Soundwalk Collective recordam as viagens de três poetas franceses: Antonin Artaud (1896-1948), Arthur Rimbaud (1854-1891) e René Daumal (1908 - 1944). São duas salas, a primeira com conversas entre Smith e os Soundwalk Collective e a segunda, com objetos, videos e textos, ambos os espaços devem ser visitados com auscultadores com os sons que façam parte de Evidence

Com a curadoria de Chloé Siganos (responsável pelas artes performativas do Centro Pompidou, de Paris) e Jean-Max Colard, a exposição Evidence foi exibida pela primeira vez durante quatro meses em Paris, no Centro Pompidou . Lisboa é a segunda cidade a receber Evidence.

Dentro do espaço de exposição um toque português: uma mesa de viagem que pertenceu ao poeta português Mário Cesariny. Uma oferta do CCB para os autores a incluirem no espaço que nos próximos seis meses estará em exposição no MAC/CCB.

Patti Smith junto ao mural da exposição Evidence, no MAC/CCB, que criou em conjunto com os Soundwalk Collective.
Paulo Spranger/Global Imagens

A colaboração entre Patti Smith e os Soundwalk Collective nasceu no voo entre Paris e Nova Iorque, contou a norte-americana aos jornalistas depois da visita à sua exposição. "Estavamos sentados um ao lado do outro num voo e o Stephan [Crasneanscki] estava a ler um livro de poesia de Nico [nome artístico da alemã Christa Päffgen] com quem trabalhei e começamos a conversar". 

A partir daí e entre 2017 e 2021, Stephan Crasneanscki e Patti Smith colaboraram na criação de Perfect
Vision, um tríptico de álbuns inspirados na obra de três emblemácos poetas franceses:
Antonin Artaud, Arthur Rimbaud e René Daumal.

Como foco, para esse trabalho, o facto dos três poetas terem viajdo para países diferentes "a fim de alcançar uma nova visão e perspetiweva de si mesmos e da sua arte", conforme explica o MAC/CCB em comunicado. Os sons para a exposiçáo foram gravados, respe􀆟vamente na serra Tarahumara, no
México, no planalto abissínio da Etiópia e no topo dos Himalaias, na Índia. 

A cantora Patti Smith e Delfim Sardo, administrador do CCB.
Paulo Spranger/Global Imagens

Desses álbuns surgiu, posteriormente a vontade de criar Evidence, o trabalho conjunto entre Patti Smith e os Soundwalk Collective (uma plataforma de artes sonoras contemporâneas do fundador e artista Stephan Crasneanscki e do produtor Simone Merli). 

No final da inauguração, em conversa com os jornalistas, Patti Smith deixou o apontamento pessoal da sua ligação a Lisboa, onde já esteve várias vezes como cantora, "o meu pai ouvia muitas vezes a música Lisboa Antiga. Estou muito contente por estar aqui". 

No sábado, 23 de março pelas 19h, a cantora nascida em Chicago em 1946 e os Soundwalk Collective apresentam o concerto/performance Correspondences no Grande Auditório do CCB, em Lisboa. 

Exposição: Evidence: Soundwalk Collective & Patti Smith
Paulo Spranger/Global Imagens


Evidence: Soundwalk Collective & Patti Smith
Patente de 23/03/2024 a 15/09/2024.
MAC/CCB