Ser estrela dos anos 1980 e estar em alta. Não é para todos, aliás, é cada vez mais complicado essa gestão do sucesso. Não só a idade é um fator, mas sobretudo o cansaço de certa imagem. O facto da Netflix continuar a apostar em Eddie Murphy parece, no entanto, um sinal que a nostalgia ainda mexe na indústria americana.
Esta nova sequela de O Caça-Polícias que chega agora ao estúdio de Ted Sarandos não deixa de ser sintomática: há que rentabilizar o património do passado de Eddie Murphy. A própria rival Prime Video já tinha pensado antes o mesmo quando surgiu a decepcionante continuação de Um Príncipe em Nova Iorque, O Príncipe Volta a Nova Iorque, de Craig Brewer, de 2021. Fica-se um pouco com a ideia de que é o próprio Murphy a querer eternizar a sua juventude - não seria de espantar que voltasse às maquilhagens para mais um Professor Chanfrado.
Ao contrário de outras das estrelas dos anos 80, Murphy é, a bem dizer, bem mais novo. Quando apareceu com estrondo em 48 Horas, de Walter Hill, era muito novo… Seja como for, é uma estrela que se tornou ícone dessa década, mesmo quando, com altos e muitos baixos, nunca deixou de gerar trabalho e ser tratado como realeza em Hollywood. O şeu exemplo faz com que se faça um ponto de situação sobre o estatuto de alguns nomes dos 80 que ainda estão na ribalta.