André Freire era professor catedrático do ISCTE, onde dirigia, desde 2015, o Departamento de Ciência Política. Foi também investigador sénior do CIES-IUL (Centro de Investigação e Estudos em Sociologia do ISCTE-IUL).
Investigador e professor catedrático no ISCTE, onde dirigia, desde 2015, o Departamento de Ciência Política, André Freire morreu esta quarta-feira, aos 63 anos. A informação foi avançada pela RTP, dando conta que o politólogo morreu na sequência de uma infeção que contraiu após uma cirurgia.
André Freire, que foi também investigador sénior do CIES-IUL (Centro de Investigação e Estudos em Sociologia do ISCTE-IUL), lecionou e apresentou conferências em várias universidades portuguesas e estrangeiras, tendo publicado "mais de 30 livros e mais de 100 artigos académicos", como refere o site do ISCTE.
Foi o autor de vários livros sobre atitudes e comportamentos eleitorais, o último dos quais foi "Eleições, Partidos e Representação Política", editado já este ano.
Dirigiu "vários projetos de pesquisa sobre ideologia (esquerda-direita, etc.), ao nível de elites e massas, comportamento eleitoral e atitudes políticas, sobre instituições e reformas políticas, e ainda sobre representação política".
O analista político publicou vários estudos, a nível nacional e internacional, "em revistas académicas (mais de 100), livros (37) e capítulos de livros, sobre as atitudes e comportamentos dos eleitores e dos eleitos, as instituições políticas e a representação política".
Segundo o ISCTE, André Freire "foi pioneiro na criação dos estudos eleitorais (Estudo Eleitoral Nacional Português, com base em inquéritos de opinião pós-eleitorais), em Portugal, em 2002 e 2005".
Nascido em Lisboa em 1961, André Freire licenciou-se em sociologia em 1995 no ISCTE-IUL - Instituto Superior Ciências Trabalho e da Empresa, em 1995 e nove anos depois, em 2004, fez o doutoramento em Ciências Sociais na Universidade de Lisboa.
Publicou mais de 30 livros, como autor ou co-autor, um dos primeiros em 2002 sobre a abstenção eleitoral, seguindo-se "Esquerda e Direita na Política Europeia" (2006), "Austeridade, Democracia e Autoritarismo" e "Da 'geringonça' à Maioria Absoluta" (2023).
Politicamente entrou nas primárias para se candidatar a deputado pelo Livre/Tempo de Avançar para as legislativas de 2015.
Foi colunista em jornais, como o Público e Jornal de Letras, e comentador nas televisões, como a RTP.
André Freire foi membro do Sindicato Nacional do Ensino Superior, tendo apoiado vários movimentos e manifestos -- "Em defesa da democracia, da equidade e dos serviços públicos", em 2011, Compromisso à esquerda (2009) e iniciativas como o Congresso Democrático das Alternativas, em 2012.
A notícia da morte de André Freire surpreendeu muitos colegas e personalidades do mundo académico, nomeadamente de Ciência Política, que nas redes sociais já manifestaram pesar pela morte do politólogo.
Com Lusa