O presidente do PSD, Luís Montenegro lançou este domingo um convite a PS e Chega para se juntarem ao Governo, numa crítica à aprovação de medidas socialistas que foram bem acolhidas pelo partido de André Ventura. Ironizando que se PS e Chega querem juntar-se, “a vontade do Partido Social Democrata é juntar-se com Portugal e com os portugueses para resolver os seus reais problemas”, disse o também primeiro-ministro, acrescentando que “a melhor maneira de se juntarem aos portugueses é juntarem-se ao Governo.”
“Nós mostramos que aquilo que dissemos na campanha eleitoral não foram meras proclamações, foram a base de decisões. Nós não estamos aqui para proclamar, nós estamos aqui para decidir e para governar”, destacou o também primeiro-ministro, durante o encerramento do 28.º Congresso da JSD, que decorreu em Lisboa durante o fim de semana.
Também o novo líder da JSD, João Pedro Louro, eleito na reunião magna dos jovens sociais-democratas, acusou PS e Chega de viverem “hoje um romance”, mas com um aviso: “Os jovens não lhes perdoarão se a implementação do IRS Jovem não for aprovada e se um jovem deste país não vir o seu rendimento disponível aumentar por causa de um bloqueio orquestrado pelo PS e pelo Chega.”
Por seu turno, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, no Porto, durante a celebração do São João, disse que “as declaração dos senhor primeiro-ministro têm graça, porque ainda na última sexta-feira o fim da contribuição extraordinária para o alojamento local foi aprovado com os votos do Chega”.
“Ainda recentemente também tivemos propostas para a justiça, que foram elogiadas pelo Chega, propostas para a imigração, que foram elogiadas pelo Chega, e tivemos no Parlamento propostas do Governo, aprovadas pelo Chega”, continuou o líder socialista, rematando que, “só com graça é que ouvimos as declarações do senhor primeiro-ministro”.
“Aliás, dá para nos questionarmos como é que se chama a aliança PSD, CDS e Chega. Acho que é Chega-AD”, ironizou, com uma referência à coligação que forma o Governo.
Perante a insistência dos jornalistas quanto ao ‘convite’ de Luís Montenegro para se juntar ao Governo, Pedro Nuno Santos respondeu que o líder social-democrata “não pode é fazer de conta que quer, quando, na realidade, o Partido Socialista tem sido ignorado naquilo que o Governo tem apresentado”.
Num ambiento festivo, na ponte D. Luís, no Porto, Pedro Nuno Santos foi questionado pelos jornalistas se faria um brinde com Luís Montenegro e André Ventura.
“Com André Ventura não fazia de certeza. O Chega representa tudo aquilo que nós combatemos na sociedade portuguesa”, respondeu sem hesitações, antes de lembrar que “o Chega e André Ventura prometeram limpar o país”, mas ainda assim protagonizaram uma “vergonha”, na passada sexta-feira, durante a comissão parlamentar de inquérito sobre o caso das gémeas.
“Isso sim, envergonhou-me profundamente como deputado”, assumiu.
Sobre o brinde com Luís Montenegro, garantiu que “não teria qualquer problema em brindar com líderes democráticos que respeitam a democracia”. “Por isso teria todo o gosto em fazer um brinde ao Porto, a Gaia e ao São João com o primeiro-ministro”, concluiu.