Festival
16 junho 2024 às 01h28
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Scorpions embalam público com energia por 1h30 no Rock in Rio

Banda celebra quase 60 anos de carreira - o triplo da idade do Rock in Rio em Lisboa - e agradeceu por voltar ao palco do festival.

Com uma explosão de guitarras e bateria, os Scorpions iniciaram o último concerto do Palco Mundo no Rock in Rio, às 22h30. Foi a estreia das luzes do palco à noite, que não deixaram em nada a desejar o da morada anterior na Bela Vista.

A banda alemã, prestes a completar 60 anos de estrada, começou a apresentação com Coming Home, música que se inicia lenta, mas logo representa o tipo de som que os Scorpions fazem: com bateria potente e guitarras poderosas.

O ritmo seguiu frenético na segunda faixa, com Gas in the Tank. Desde o início do concerto, os integrantes da banda demonstraram energia no palco. O vocalista e líder Klaus Meine agradeceu ao Rock in Rio por terem sido convidados a voltar nesta edição e aos fãs. "Boa noite Lisboa. É uma honra estar aqui", disse o cantor, que completou 76 anos há poucos dias. Meine prometeu uma "vigem pelos anos passados" e cumpriu a promessa ao longo de 1h30.

A banda usou grafismos no ecrã a maior parte do tempo, com passagens de videoclipes antigos, imagens que lembram paisagens clássicas de rock e infografismos com fortes tons de vermelho, combinado com o espetáculo de luzes. Na terceira música, Make it Real, uma bandeira de Portugal no ecrã foi o pano de fundo da canção.

Foto: Álvaro Isidro / Global Imagens

Cerca de 80 mil pessoas assistiram a apresentação, a maior parte vestida de preto, uma marca clássica do rock. Era quase impossível mover-se na multidão, mas houve quem conseguisse dançar e imitar a pose de rockstar dos Scorpions. Aliás, se há algo que o quinteto continua a enbajar é o estilo rockeiro: chapéus de cowboy, roupas em pele, vários colares com cruzes e brilhos, além de guitarras estilizadas.

Além do estilo das roupas, os artistas deixaram claro que continuam com o mesmo espírito de sempre. "Mesmo após tantos anos, os bad boys continuam selvagens", avisou o vocalista antes de cantar Bad Boys Running Wild.

O show seguiu por 45 minutos num ritmo acelerado, até que foi a hora de abrandar. As guitarras foram substituídas por violões para Klaus Meine cantar Send me an Angel. Nesta hora, não houve show de luzes no palco nem de infografias: só a voz e o violão, além do coro do público e das luzes dos telemóveis.

O ritmo seguiu lento e nos primeiros segundos já se sabia qual a próxima música por causa do clássico assobio que todos já ouviram tocar na rádio alguma vez na vida: Wind of Change. Se houve quem não lembrasse da letra, isso não foi um problema. O ecrã gigante do palco passou todos os versos, cantados pelos fãs. Depois das duas canções mais românticas, Klaus perguntou se o público estava pronto para um bocado de rock´n roll. As palmas e gritos indicaram que sim e as guitarras voltaram ao destaque, com Tease Me Please Me.

Foto: Álvaro Isidro / Global Imagens

Klaus Meine, além de conversar com o público entre as músicas demonstrou bom humor em vários momentos. Ao cantar Wind of Change, apanhou uma bandeira de Portugal e pôs nos ombros. Depois, a deixou no centro do palco. Noutro momento, apanhou dum fã um sapo de peluche, um dos símbolos do evento, e o pôs no pedestal do microfone.

A apresentação já passava de uma hora, mas não haviam grandes sinais de cansaço dos cinco rockeiros. O concerto continuou com um longo solo do baterista Mikkey Dee com mais clássicos, como Big City Nights. Parecia ser a última música, mas os Scorpions jamais fariam um show sem cantar Still loving You e Rock You like a Hurricane, para encerrar da melhor maneira a despedida do Rock in Rio Lisboa.

amanda.lima@dn.pt