O Tribunal da Relação de Paris confirmou esta quarta-feira a culpa de Nicolas Sarkozy referente ao processo de financiamento ilegal durante a sua campanha presidencial em 2012. A decisão surge após o recurso interposto pelo ex-chefe de Estado francês.
Assim sendo, Sarkozy, presidente francês entre 2007 e 2012, foi condenado a um ano de prisão, com seis meses de pena suspensa, segundo o Le Monde. A defesa do antigo chefe de Estado já fez saber que vai recorrer da decisão para o Tribunal da Cassação.
Sarkozy, recorde-se, foi condenado em 2021 a um ano de prisão por ter ultrapassado o limite legal de despesas durante a sua campanha presidencial de 2012. O antigo presidente francês recorreu da decisão, tendo sido novamente julgado no final de 2023. O Tribunal da Relação de Paris deu a conhecer a sua decisão, depois de o ex-presidente ter sido condenado em primeira instância a um ano de prisão domiciliária.
Após o veredicto, o ex-chefe de Estado deixou a sala do tribunal sem fazer declarações.
Nicolas Sarkozy foi condenado no âmbito do caso Bygmalion que investigou um sistema de dupla faturação e de faturas falsas que tinha como objetivo esconder gastos excessivos na campanha eleitoral. Em causa gastos que terão atingido quase o dobro do valor máximo legal na campanha para a reeleição em 2012, que Sarkozy acabou por perder para François Hollande.
O ex-presidente francês sempre negou conhecer ou ter beneficiado do sistema de faturas falsas. No centro da investigação estava a Bigmalion, uma empresa de prestação de serviços.
Também em 2021, Guillaume Lambert, ex-diretor de campanha de Sarkozy, foi condenado a três anos e meio de prisão, dois dos quais de pena suspensa, por "cumplicidade no financiamento ilegal da campanha eleitoral", conforme noticiou o Le Monde.
Já Jérôme Lavrilleux, vice-diretor de campanha de Nicolas Sarkozy em 2012, foi condenado a três anos de prisão, um dos quais suspenso por quebra de confiança e cumplicidade no financiamento ilegal da campanha eleitoral. Ex-dirigentes da empresa Bygmalion, responsável pela organização de eventos na campanha eleitoral de 2012, foram também condenados em 2021.