Juventude
22 setembro 2024 às 00h05
Leitura: 3 min

Bruno Gonçalves candidata-se e liderança da JS volta a ser disputada ao fim de 18 anos

Eurodeputado, que concorre contra Sofia Pereira, quer aproximar a política da sociedade e investimento público de 2% do PIB em habitação.

Aos 27 anos, o eurodeputado Bruno Gonçalves candidata-se à liderança da Juventude Socialista (JS). Do outro lado, já se sabe, terá a oposição de Sofia Pereira, atual secretária nacional da ‘jota’. É a primeira vez desde 2006 que a corrida à liderança dos jovens do PS será disputada. Nesse ano, Pedro Nuno Santos, atual secretário-geral do PS, foi eleito para um segundo mandato, vencendo João Tiago Henriques. Desde então nunca mais houve uma eleição com mais de um candidato.

O mais jovem dos 21 eurodeputados portugueses oficializou este sábado a sua candidatura, numa sessão em Matosinhos. Sofia Pereira fá-lo-á a 29 de setembro. Em declarações ao DN, Bruno Gonçalves assume que “a JS precisa mudar”,  ser “mais aberta à sociedade”, e isso justifica a sua candidatura. 

Considerando que a ‘jota’ do PS “deve voltar a centrar-se prioritariamente nas causas estruturantes, desde logo na luta pela emancipação dos mais jovens”, o candidato estabelece prioridades: sofisticação da economia, aposta na inovação e ainda uma “reflexão nacional para a habitação pública que permita um investimento anual em habitação pública de 2% do PIB ao longo dos próximos 20 anos”. Propostas estas que estão sob “as duas grandes bandeiras” da candidatura (“habitação e emprego de qualidade”). “Não basta afirmar que queremos ser diferentes, é preciso materializá-lo”, refere.

E apoios? “Tenho o apoio dos militantes da Juventude Socialista por todo o país. Esta é uma eleição da Juventude Socialista, feita e participada por militantes da Juventude Socialista.” Mas o atual secretário-geral, Miguel Costa Matos, apoiará a outra candidatura, numa ótica de sucessão. Sobre isso “não há nada a acrescentar. Estou de olhos postos no futuro, numa estrutura que mude a bem da pluralidade democrática e da justa participação, e nunca no passado”, garante Bruno Gonçalves.

A eleição ainda não está marcada, mas acontecerá no Congresso da JS, que se realiza em dezembro. O facto de ser a primeira disputada em 18 anos e tal acontecer numa altura em que o PS está na oposição, é “coincidência”. Afinal, “nesse período o PS já foi governo e oposição”. E a existência de outra candidatura, diz Bruno Gonçalves, não é uma contrariedade. “Os partidos políticos, e a JS em concreto, devem procurar valorizar a diferença e utilizá-la para ser mais forte e representativa, nunca penalizá-la a fim de objetivos pessoais de curto ou longo prazo. A renovação faz-se com convivência com a diferença. Também por isso é muito positivo para a JS que existam pelo menos duas candidaturas”, remata.