Açores
04 maio 2024 às 20h43
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Incêndio no Hospital de Ponta Delgada levou sete horas a extinguir. Nove bombeiros feridos

"Ao longo do dia houve um acumulado de meios de 104 bombeiros, 18 carros vermelhos de combate a incêndios e 26 ambulâncias", disse o responsável da Proteção Civil e Bombeiros dos Açores.

O incêndio que deflagrou no Hospital de Ponta Delgada, nos Açores, foi declarado extinto às 16:11 locais (17:11 em Lisboa), tendo provocado ferimentos ligeiros em nove dos 104 bombeiros mobilizados, revelou hoje a Proteção Civil.

"Às 16:11 demos o incêndio como extinto e iniciámos a fase de rescaldo. Lamentamos, ainda que sem grande significado, que nove bombeiros tenham sofrido ligeiros ferimentos, com queimaduras e intoxicação por força dos fumos", avançou o responsável da Proteção Civil e Bombeiros dos Açores aos jornalistas no Hospital de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

Rui Andrade destacou que o alerta foi dado pelas 9:15 locais (10:15 em Lisboa), tendo os meios sido "disponibilizados prontamente".

"Verificámos ao longo do dia que o incêndio, apesar de circunscrito, ganhou intensidade, o que fez com que chegássemos ao longo do dia com um acumulado de meios de 104 bombeiros, 18 carros vermelhos de combate a incêndios e 26 ambulâncias", reforçou.

O responsável pela Proteção Civil rejeitou entrar em pormenores sobre a origem do incêndio naquele que é o maior hospital dos Açores.

"Neste momento é completamente prematuro, nem eu sou a pessoa certa para responder sobre a origem. O que posso dizer é que o incêndio aparentemente deflagrou numa área técnica destinada aos postos de transformação de energia do hospital", assinalou.

Devido ao incêndio, todos os doentes internados no Hospital de Ponta Delgada têm estado a ser transferidos.

Os doentes críticos e graves foram transferidos para o hospital da CUF, na cidade de Lagoa, e os restantes para centros de saúde.

O incêndio na maior unidade de saúde dos Açores obrigou ao encerramento do Serviço de Urgência, Bloco de Partos e Bloco Operatório, à retirada de todos os doentes e afetou o sistema elétrico da infraestrutura.

Sem previsão para reabertura

A administração do Hospital de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, Açores, não tem previsões sobre quando é que a situação naquela unidade ficará normalizada, mas garantiu que "vai ser reposta o mais brevemente possível".

Em declarações aos jornalistas, a presidente do Conselho de Administração do HDES, Manuela Menezes, disse que é "muito prematuro" dar uma previsão para o retomar da atividade naquela unidade de saúde.

"Ainda estamos a evacuar [as instalações] (...) Ainda estamos a fazer uma inspeção, ainda temos que chegar à zona mesmo crítica do foco de incêndio, para depois termos essa noção, se são dias, se são semanas", disse a responsável.

Pelas 17:15 locais (18:15 em Lisboa) indicou que apenas faltavam retirar 29 doentes das instalações hospitalares, sem especificar o número total de pessoas internadas naquele hospital, que é o maior dos Açores.

"Como disse, estamos a fazer uma vistoria, já temos eletricidade, coisa que há cerca de duas horas não tínhamos e, por isso, como estou a dizer, assim que tenhamos energia e tenhamos a possibilidade de repor a normalidade, assim o faremos", garantiu.

Manuela Menezes explicou que decidiram evacuar todo o edifício porque "o fumo alastrou de tal ordem pelo hospital que não estavam reunidas as condições de segurança, por causa da inalação de fumos".

"Daí que nós tivéssemos tomado essa decisão de alerta máximo e de evacuação total do hospital", justificou.

A responsável também adiantou que foram transferidos para o hospital da CUF na Lagoa, em São Miguel, os doentes que estavam no bloco de partos e os que estavam na neonatologia, na pediatria, na urgência e na unidade dos cuidados intensivos.

Foram também transferidos doentes para centros de saúde, para a Casa de Saúde de Nossa Senhora da Conceição e para a Clínica do Bom Jesus.

Com a ajuda do Exército foram transportados equipamentos tanto para a CUF como para os centros de saúde.

O incêndio atingiu uma área técnica de um quadro elétrico que fica no piso 1.

"De resto, o comprometimento tem tudo a ver com a falta de energia que nós não temos ainda na totalidade no edifício, mas que já está a ser restabelecida através de geradores, mas que ainda não nos permite, naturalmente, dar a continuidade e prestar os cuidados que necessitamos aos nossos doentes", concluiu.

Numa nota enviada à Lusa, fonte do gabinete do primeiro-ministro disse que Luís Montenegro "está em contacto com o Presidente do Governo Regional", José Manuel Bolieiro, para se inteirar da situação.

Também a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, está a "acompanhar de perto" a situação, acrescentou.

Tópicos: Incêndio, Açores