Há preocupação com os possíveis efeitos de estufa do gás metano, que é usado para mover o navio.
Chama-se ‘Icon of the Seas’ [Ícone dos Mares] e é, neste momento, o maior navio de cruzeiros do mundo. O barco tem capacidade para 7.600 passageiros, 365 metros de comprimento e 20 decks. Propriedade da conhecida empresa de cruzeiros Royal Caribbean, o navio partiu ontem de Miami, Estados Unidos da América, na sua viagem inaugural, pelas Caraíbas.
O navio é movido a gás metano e isso está a provocar preocupações entre algumas associações ambientalistas. Tudo isto porque, segundo a BBC, apesar de o gás metano ser mais limpo do que os combustíveis navais tradicionais, como o gasóleo, há a hipótese de algum gás metano escapar para a atmosfera. E, nesse caso, ainda segundo a BBC, o efeito de estufa do metano é mais potendo do que o dióxido e carbono. “É um passo na direção errada”, disse Bryan Comer, diretor do Programa Marítimo do Conselho Internacional de Transporte Limpo (ICCT), citado na BBC pela agência noticiosa Reuters. “Estimamos que a utilização de GNL (gás metano), como combustível marítimo emite mais de 120% mais emissões de gases com efeito de estufa ao longo do ciclo de vida do que o gasóleo marítimo”, acrescentou, ainda, o mesmo especialista.
No início da passada semana, o ICCT divulgou um relatório onde argumenta que as emissões de metano, dos navios movidos a GNL, eram superiores ao que os regulamentos atuais supunham. Ao mesmo tempo, associações ambientalistas internacionais também se mostram preocupadas e alertam que o navio, movido a gás natural, pode libertar gás para o ambiente.
Pelo contrário, a empresa de cruzeiros Royal Caribbean garante, segundo a BBC, que o ‘Icon of the Seas’ é 24% mais eficiente em termos energéticos do que o exigido pela Organização Marítima Internacional, para navios modernos. Até 2035, a empresa planeia lançar um novo navio, com emissões líquidas zero.
Apesar das preocupações ambientais, o navio já está no mar, cheio de passageiros, ansiosos por experimentar todas as comodidades e entretenimento a bordo. Construído num estaleiro em Turku, na Finlância, o navio - registado nas Bahamas - tem sete piscinas e seis escorregas gigantes. Por ali, os passageiros poderão desfrutar de uma verdadeira cidade flutuante, com 40 restaurantes, bares e lounges. O custo de construção deste gigante dos mares ficou em cerca de dois biliões de euros.