A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, vai participar na cimeira de paz na Ucrânia na Suíça, anunciou esta segunda-feira a Casa Branca, depois de o presidente Joe Biden alegadamente ter optado por estar presente numa recolha de fundos organizada pelos atores George Clooney e Julia Roberts em vez de viajar até Lucerna.
Harris, que se juntará ao Conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan para a reunião do próximo dia 15 em Lucerna, irá “ressaltar o compromisso da administração Biden-Harris em apoiar o esforço da Ucrânia para garantir uma paz justa e duradoura”. “A vice-presidente reafirmará o apoio ao povo da Ucrânia enquanto ele se defende contra a agressão russa em curso”, disse a porta-voz de Harris, Kirsten Allen, num comunicado.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem defendido a participação de Biden na cimeira, dizendo que se o líder dos Estados Unidos não comparecesse seria como “aplaudir pessoalmente” Vladimir Putin.
Kiev espera ganhar amplo apoio internacional na reunião para a sua visão dos termos necessários para acabar com a guerra da Rússia. Mas a cimeira suíça entra em conflito com uma angariação de fundos na Califórnia, organizada pelos atores George Clooney e Julia Roberts, juntamente com o ex-presidente Barack Obama, para a candidatura de Biden à reeleição contra Donald Trump.
A aparente não comparência de Joe Biden na Suíça ocorre apesar do facto de ele estar a uma curta distância de avião, na vizinha Itália, para uma reunião do G7 um dia antes da reunião de Lucerna. Um porta-voz do G7 confirmou que Zelensky irá participar nesta reunião em Itália, embora ainda não esteja definido se será presencialmente ou por vídeo.
Mais de uma centena de países e organizações já se comprometeram a participar na conferência de paz na Suíça, segundo Zelensky, para a qual a Rússia não foi convidada. “Cento e sete países e organizações internacionais confirmaram sua participação na Cimeira de Paz”, declarou o porta-voz do gabinete presidencial ucraniano, Serguei Nikiforov. Filipinas, Singapura e Timor-Leste são as mais recentes confirmações.
O presidente ucraniano espera recolher na cimeira apoio para o maior número de pontos da sua “fórmula de paz”, um documento de dez pontos que inclui exigências como a retirada total das tropas russas do seu território, o restabelecimento da segurança alimentar e nuclear ou a libertação dos prisioneiros de guerra de ambos os lados.
A China negou as acusações feitas por Zelensky de estar a “trabalhar arduamente para impedir que os países compareçam à cimeira de paz” na Suíça. Pequim criticou a conferência na semana passada, dizendo que seria “difícil” para ela comparecer se a aliada Rússia não participasse.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pequim referiu que “a posição da China é aberta e transparente e não há absolutamente nenhum caso de pressionarmos outros países”. “Nas conversações de paz, a posição da China é justa e equitativa. Não tem como alvo nenhum terceiro país e, claro, não visa a Suíça que é a anfitriã desta cimeira pela paz”, disse a porta-voz Mao Ning.
com agências