Chuva e vento fortes
27 março 2024 às 17h30
Atualizado em 27 março 2024 às 17h28
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Portugal continental com quase 900 ocorrências. Ruas alagadas em Lisboa devido ao mau tempo

As zonas mais afetadas foram a Grande Lisboa, Setúbal, Oeste, Coimbra e Área Metropolitana do Porto.

 Portugal continental registou entre as 00:00 e as 22:20 desta quarta-feira 888 ocorrências devido ao mau tempo, sobretudo quedas de árvores, limpezas de via e quedas de estruturas, adiantou à Lusa fonte da Proteção Civil.

Num balanço à Lusa realizado pelas 23:00, José Rodrigues, oficial de operações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), destacou que nestas ocorrências estiveram envolvidos 2.899 operacionais, apoiados por 1.006 meios terrestres.

As zonas mais afetadas foram a Grande Lisboa, Setúbal, Oeste, Coimbra e Área Metropolitana do Porto.

"Existiram ainda algumas ocorrências em zonas mais interiores, Bragança e Vila Real, mais relacionadas com vento forte e precipitação em algumas zonas", indicou ainda.

Num balanço anterior à Lusa, a ANEPC tinha apontado entre as 07:00 e as 15:00 de hoje 280 ocorrências devido ao mau tempo, a maioria das quais relacionadas com quedas de árvores e de estruturas devido ao vento. Entre as 00:00 e as 07:00 de hoje tinham sido registadas 100 ocorrências em todo o continente.

José Rodrigues sublinhou que até ao momento a ANEPC não tem registo de vítimas relacionadas com o mau tempo.

O responsável frisou ainda que são esperadas mais ocorrências nas próximas horas, lembrando os alertas e as recomendações já emitidas pela Proteção Civil.

Com base nas previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IMPA), a Proteção Civil alertou na segunda-feira para a possibilidade de vento, por vezes forte, nas terras altas e no litoral oeste com rajadas até 80 quilómetros por hora (km/h).

O IPMA previu chuva, por vezes forte e persistente, que podia ser de granizo e acompanhada de trovoada e agitação marítima forte com ondas de noroeste na costa ocidental, atingindo seis a sete metros a norte do Cabo Carvoeiro (altura máxima de 12 metros).

Para as terras altas, em especial do norte e do centro, as previsões apontaram para queda de neve, descendo a cota gradualmente para os 600/800 metros.

Após um fim de semana com calor e poeiras provenientes do norte de África, a ANEPC alertou para o piso rodoviário escorregadio devido à possibilidade de acumulação de gelo, neve e formação de lençóis de água e possibilidade de queda de neve em áreas e a altitudes onde habitualmente não se verifica.

A ANEPC avisou igualmente para dificuldades de drenagem em sistemas urbanos, inundações nos locais historicamente mais vulneráveis, possíveis acidentes na orla costeira devido à forte agitação marítima, inundações em zonas urbanas, possibilidade de queda de ramos ou árvores, bem como afetação de infraestruturas associadas às redes de comunicações e energia, danos em estruturas montadas ou suspensas e desconforto térmico na população.

A Proteção Civil recordou que o impacto destes efeitos pode ser minimizado, sobretudo através da adoção de comportamentos adequados, pelo que, e em particular nas zonas historicamente mais vulneráveis, se recomenda a adoção das principais medidas preventivas para estas situações.

Ruas alagadas em Lisboa devido ao mau tempo

O mau tempo que se faz sentir em todo o País esta quarta-feira tem provocado estragos, com a Grande Lisboa a ser uma das regiões mais afetadas. Na capital, o início de tarde foi especialmente complicado, devido às fortes chuvas que provocaram inundações em vários locais.

O Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa registou, até às 16.20 horas, 160 ocorrências devido ao mau tempo, mais de metade relacionadas com inundações e quedas de árvores ocorridas depois do meio-dia.

"Das 160 ocorrências, 136 foram registadas entre as 12:00 e as 16:20, devido à queda de chuva intensa que se verificou durante a hora de almoço", disse Nuno Marques, oficial de serviço no Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, à agência Lusa.

Destes 136 pedidos de ajuda, "108 foram referentes a inundações e sete a quedas de árvores", afirmou, num balanço efetuado perto das 16:30, altura em que ainda se encontravam ativas 85 ocorrências na cidade de Lisboa.

As inundações ocorreram "sobretudo em estradas e em habitações, neste caso por problemas nos telhados e falta de limpeza dos algerozes", explicou o oficial de serviço.

A chuva intensa provocou inundações na Estrada de Chelas e na Rua das Pretas, na baixa de Lisboa, mas nenhuma via esteve fechada à circulação.

Às 16:30, o trânsito encontrava-se congestionado no túnel da Avenida de Berlim, "devido à altura da água", disse ainda.

De acordo com Nuno Marques, nestas ocorrências foram empenhados todos os operacionais dos 11 quartéis dos bombeiros sapadores (com exceção da equipa de matérias perigosas) e mais de 40 viaturas.

Com base nas previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IMPA), a Proteção Civil alertou na segunda-feira para a possibilidade de vento, por vezes forte, nas terras altas e no litoral oeste com rajadas até 80 quilómetros por hora (km/h).

Para hoje, o IPMA prevê chuva, por vezes forte e persistente, que poderá ser de granizo e acompanhada de trovoada e agitação marítima forte, com ondas de noroeste na costa ocidental, atingindo seis a sete metros a norte do Cabo Carvoeiro (altura máxima de 12 metros).

Para as terras altas, em especial do norte e do centro, as previsões apontam para queda de neve, descendo a cota gradualmente para os 600/800 metros.

Vento forte provocou falhas de energia em Bragança e Vila Real

O mau tempo, com chuva e vento muito forte, provocou esta quarta-feira avarias em linhas de média e baixa tensão nos distritos de Vila Real e Bragança, disse fonte da empresa E-REDES.

"Na origem das anomalias estão as condições meteorológicas registadas, com fortes rajadas de vento, que têm provocado diversos incidentes de curta duração", disse a fonte, numa resposta por escrito à agência Lusa, depois de informações que davam conta de falhas de energia em algumas zonas de Trás-os-Montes.

A E-REDES acrescentou que, no distrito de Bragança, "foram afetadas as linhas de média tensão que servem as freguesias de Espinhosela, Macedo e Mogadouro-Sendim, estando ainda em reparação por parte das equipas da empresa.

Foram ainda detetadas anomalias de média tensão, entre Mirandela e Franco, com as equipas da E-REDES a dirigirem-se para o local para reparar a situação.

Já no distrito de Vila Real, na aldeia de Candedo, concelho de Murça, também foram verificadas anomalias entretanto já reparadas.

Fonte do Sub-comando regional do Douro disse à Lusa que durante esta quarta-feira se verificaram várias ocorrências de quedas de árvores e postes devido ao mau tempo neste território.

Tópicos: Mau Tempo