No Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que se assinala esta quinta-feira, a Pordata atualizou o atual panorama e a evolução do país nesta área e a conclusão é só uma: este continua a ser “um dos desafios mais urgentes que o país enfrenta”, como se pode ler no trabalho dos especialistas da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Desde logo porque, pela primeira vez em sete anos, a taxa de risco de pobreza - após transferências sociais - registou uma “ligeira subida”, de 0,6 pontos percentuais, “passando de 16,4% para 17%”. Isto em 2022, data mais recente em que há dados.
Além disso, é no grupo de crianças e jovens menores de 18 anos que a taxa de risco de pobreza “mais se agravou”, situando-se nos 20,7% naquele ano, mais 2,2 pontos percentuais face ao ano anterior, conforme o retrato da evolução da pobreza do nosso país traçado pela base de dados estatísticos da Pordata, hoje conhecido.
Os menores de 18 anos evidenciam também “maior vulnerabilidade”, uma vez que apresentam taxas de risco de pobreza superiores ao conjunto nacional e aos outros grupos etários.
São as famílias monoparentais com crianças e as pessoas que vivem sozinhas que apresentam maiores fragilidades. “Quase uma em cada três famílias monoparentais (31,2%) vive com menos de 591 euros por mês, já incluindo as transferências sociais recebidas”, retrata a Pordata, referindo que “em praticamente todos os diferentes agregados domésticos com crianças dependentes se registou um agravamento na taxa de pobreza de um ano para o outro”.
Com base nos dados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR), em 2022 “1,9 milhões de pessoas em Portugal encontravam-se em risco de pobreza, ou seja, viviam com rendimentos inferiores a 591 euros mensais”. Um valor que aumenta para “2,1 milhões de pessoas se se considerar a população que não tem capacidade financeira para adquirir bens essenciais (risco de pobreza e exclusão social)”, explica ainda o documento da Pordata.