IPMA
15 novembro 2024 às 07h27
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Beja e Faro sob aviso laranja pela chuva forte, trovoada e granizo que afeta centro e sul

O aviso do IPMA para "aguaceiros, localmente fortes, que poderão ser ocasionalmente sob a forma de granizo acompanhados de trovoadas" é em particular para as regiões centro e sul de Portugal continental, vigorando até domingo. Proteção Civil alerta para a possibilidade de inundações, cheias e derrocada de terras.

Beja e Faro estão até às 18:00 desta sexta-feira sob alerta laranja devido ao mau tempo, que vai atingir as regiões centro e sul com aguaceiros, por vezes fortes, trovoada e granizo, adiantou o IPMA.

Mas, ao DN, Nuno Lopes, meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), explica que "fazer analogias com o que aconteceu em Valência não faz sentido""Há uma depressão clássica a influenciar o estado do tempo, mas tem características diferentes e é uma massa de ar diferente. Não se pode comparar, sequer, em termos de impactos" em relação ao fenómenos que se verificou em território espanhol.   

"Tem potencial para novamente e à semelhança de ontem [quinta-feira] poder dar cheias rápidas, mas que não são comparáveis ao que aconteceu em Espanha. É uma situação mais benigna, mas ainda assim são cheias e a poder ter impactos negativos, a poder fazer alguns estragos", adiantou à Lusa a meteorologista Maria João Frada.

Estes dois distritos. Beja e Faro, voltam a aviso amarelo entre as 18:00 e as 21:00, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

"No entanto, é provável que volte a laranja. A depressão está praticamente estacionária até sábado e a componente de vento é de sueste nessas regiões e vem tudo do mar. Podem ocorrer também fenómenos extremos de vento", disse.

Já o distrito de Évora está em alerta amarelo até às 15:00, enquanto Castelo Branco e Portalegre estão sob aviso amarelo entre as 09:00 e 15:00. O alerta amarelo em Setúbal e Lisboa vigora entre as 15:00 e as 23:59.

O aviso do IPMA para "aguaceiros, localmente fortes, que poderão ser ocasionalmente sob a forma de granizo acompanhados de trovoadas" é em particular para as regiões centro e sul de Portugal continental, vigorando até à manhã de domingo, e deve-se a "uma depressão fria centrada a norte da Madeira". 

De acordo com as previsões do IPMA, continuam a ser expectáveis, nas regiões centro e sul, valores de precipitação da ordem de 10 a 20 milímetros acumulados numa hora, existindo também a probabilidade, em menor grau, de localmente os valores de precipitação superarem 20 milímetros.

Segundo Maria João Frada, são também aguardados aguaceiros fortes para Setúbal e Lisboa, mas com menor severidade.

"Prevê-se que o impacto mais significativo seja no Baixo Alentejo e Algarve, Setúbal e Lisboa, zonas estas onde podem ocorrer também fenómenos extremos de vento", explicou o instituto, num comunicado divulgado na quinta-feira à noite.

O IPMA detalhou ainda que "em situações de instabilidade existe uma variabilidade na distribuição espacial e temporal da precipitação, determinada em última análise por fatores de escala local, não previstos pelos modelos numéricos", acrescentando que "a vigilância efetuada com base em dados de radares e satélites meteorológicos e de detetores de descargas elétricas é fundamental".

O aviso amarelo, o menos grave de uma escala de três, é emitido pelo IPMA sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica, enquanto o aviso laranja, o segundo mais grave, é emitido sempre que existe situação meteorológica de risco moderado a elevado.

Com base nas previsões do IPMA, a Proteção Civil emitiu um aviso à população segundo o qual se espera "maior potencial de severidade" no baixo Alentejo e no Algarve.

Face às previsões, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil alertou para a possibilidade de inundações em zonas urbanas, cheias provocadas pelo transbordo de rios e ribeiras e derrocada de terras.

Há também a possibilidade de contaminação de água potável por "inertes resultantes de incêndios rurais".

O arrastamento para as estradas de objetos soltos, ou desprendimento de estruturas móveis ou deficientemente fixadas, por efeito do vento forte pode "causar acidentes com veículos em circulação" e peões na via pública, especificou a Autoridade, em comunicado. 

A Ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, esteve esta quinta-feira reunida, no Algarve, com os presidentes das Câmaras Municipais de Albufeira e Loulé e com responsáveis da PSP, GNR, Proteção Civil e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, com o objetivo de “avaliar e fazer um ponto de situação das cheias que atingiram” a região e “recordar as medidas preventivas a serem seguidas pelas populações, nas próximas horas, em que se mantém o aviso à população quanto a precipitação, granizo e vento forte”.