Protesto (Veja as imagens)
02 outubro 2024 às 12h35
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Bombeiros sapadores rompem barreira de segurança e protestam com petardos na escadaria da Assembleia da República

Os bombeiros deitaram abaixo as baias de segurança e estão a fazer-se ouvir através de sirenes, num cenário repleto de fumo. Antes, colocaram dois caixões no início da escadaria.

O rebentamento de vários petardos marcou esta quarta-feira o início da manifestação dos bombeiros sapadores em frente ao parlamento, que pelas 12:25 reunia centenas de manifestantes.

Alguns dos bombeiros, fardados, começaram a subir a escadaria da Assembleia da República (AR), em Lisboa, sempre acompanhados por agentes da PSP.

A concentração em São Bento teve início ao meio-dia, ao som de heavy metal e rock n'roll. Foram também queimados pneus. Por volta das 15.00 os bombeiros começaram a desmobilizar da escadaria da Assembleia da República, que ocuparam por completo.

Leonardo Negrão

Em declarações Lusa, o presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores, Ricardo Cunha, afirmou que se esperam mais de mil bombeiros na ação de protesto: "Só de fora [de Lisboa] vêm 600".

Pelas 12:25 continuavam a chegar manifestantes que enchiam a Rua de São Bento, com latas de fumo cor de laranja e verde e foguetes.

Às 12:30 cantaram o hino nacional, depois de terem gritado uma única palavra de ordem: "Sapadores".

Em declarações à Lusa, o presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores, Ricardo Cunha, afirmou que não estava prevista esta forma de protesto.

Acrescentou, no entanto, que a organização esperava mais de mil bombeiros na ação de protesto: "Só de fora [de Lisboa] vêm 600".

Os sapadores lutam por uma regulamentação do horário de trabalho, pela reforma aos 50 anos e por um regime de avaliação específico, entre outras condições de trabalho.

Leonardo Negrão

Apesar da ordem policial para descerem a escadaria do parlamento, os bombeiros continuaram a formar e a libertar fumos de foguetes.

Pouco depois, as escadarias da AR ficaram cobertas de fumo negro, enquanto na rua, cortada ao trânsito, uma grua num camião erguia um caixão com um 'bombeiro' morto.

Os sapadores lutam por uma regulamentação do horário de trabalho, pela reforma aos 50 anos e por um regime de avaliação específico, entre outras condições de trabalho.

Leonardo Negrão

"Os bombeiros sapadores reivindicam acertos salariais para compensar o aumento da inflação, conforme foi atribuído às demais carreiras da função pública", disse o presidente do SNBS, Ricardo Cunha, citado num comunicado emitido horas antes da manifestação.

O dirigente lembrou que "existiu um compromisso do anterior Governo" para atribuir a compensação aos bombeiros "com retroatividade a janeiro de 2023, mas, "até à data, tal não aconteceu".

Ricardo Cunha considerou que os bombeiros sapadores terão "ficado fora desses acertos salariais, por serem uma carreira especial da função pública não revista".

Leonardo Negrão

O SNBS pede ainda "a regulamentação da carreira, onde sejam contemplados os suplementos de risco, penosidade e insalubridade, bem como a disponibilidade permanente, em percentagem e à parte do vencimento".

Também é exigido um horário de trabalho "a nível nacional que garanta a operacionalidade e a segurança dos bombeiros e daqueles que por eles são socorridos".

"Em Portugal, os bombeiros sapadores não chegam a três mil profissionais [em 25 municípios] e (...) estas medidas não serão um peso para o Orçamento do Estado, porque estamos a falar numa possível despesa anual inferior a 10%, comparativamente com aquilo que o Governo atribuiu às forças de segurança", sustentou.

Leonardo Negrão

Em 05 de setembro, Ricardo Cunha havia dito à Lusa que "a manifestação tem como objetivo mostrar que os bombeiros sapadores não estão contentes com o Governo, que faltou à palavra".

O sindicalista referiu que os bombeiros sapadores exigem um aumento salarial para compensar a subida da inflação, idêntico ao que foi dado em 2023 pelo anterior Governo aos polícias, de cerca de 100 euros.