"Há muitos alunos que estão a ter menos oportunidades, porque não têm professor a pelo menos uma disciplina, alguns a mais do que uma disciplina”. A frase é do primeiro-ministro Luís Montenegro que reconheceu no primeiro dia em que as escolas começaram a receber alunos - mais de metade já abriram portas e até dia 16 as restantes iniciarão as aulas - que o ensino público ainda necessita de muitos professores e que essa falta prejudica os alunos, pois cerca de 117 mil estarão sem docente a pelo menos uma disciplina.
O líder do Governo confirmou, assim, que o novo ano letivo começou com...os mesmos problemas do ano passado.
Com os problemas da Educação na ordem do dia, o Governo não deixou de marcar presença no arranque de um novo ano letivo. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, o ministro da Educação, Fernando Alexandre, e o presidente da Assembleia da República, Aguiar Branco, estiveram numa escola de Viseu para assinalar o primeiro dia do ano letivo 2024-2025.
Para Luís Montenegro, “a valorização do trabalho dos professores é fundamental porque temos de tirar proveito do seu potencial, de lhe retirar a carga burocrática que lhe tira tempo para o essencial da sua tarefa que é ensinar”.
O líder do Executivo destacou o “esforço grande que o ministro da Educação, Ciência e Inovação está a fazer para encontrar respostas de emergência”. O primeiro-ministro admitiu haver “muitos alunos que estão a ter menos oportunidades” devido à falta de professores e garantiu que o Governo não ficará “a contemplar a situação”.
Já Aguiar Branco realçou o envelhecimento dos professores e a saúde mental. “Temos sim um corpo docente mais envelhecido, em quase todos os ciclos de ensino, mais de metade dos professores está acima dos 50 anos, muitos, mais de 60%, com problemas de burnout e de saúde mental que exigem a atenção de quem decide”, explicou. A solução passa, segundo o presidente da Assembleia da República na formação de novos docentes para fazer face à falta de professores e à falta de “igualdade de oportunidades” para os alunos, já que os que têm “mais posses recorrem a explicadores particulares e fazem-no cada vez mais”. Recorde-se que Fernando Alexandre admitiu o agravamento do número de alunos sem aulas, nos próximos dias, com a necessidade de substituir professores que apresentam baixa médica.