Discurso no Congresso
24 julho 2024 às 22h18
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Netanyahu promete vitória conjunta com EUA. E pede mais armas

Líder israelita pediu continuação do apoio militar para que as “forças da civilização triunfem” , e criticou os manifestantes que o esperaram junto do Capitólio, em Washington.

Recebido com protestos nas imediações do Capitólio por milhares de pessoas, mas também no interior do edifício por outros - manifestantes silenciosos nas galerias com camisolas amarelas e a frase de ordem “Seal the deal now” (“feche o acordo já”) ou congressistas como Rashida Tlaib, de lenço típico palestiniano (keffiyeh) e uma mensagem condenatória -, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu foi também alvo de uma longa ovação em pé dos senadores e representantes antes do seu quarto discurso naquela casa, um novo recorde por parte de um líder estrangeiro. Sem perder tempo, o israelita disse que o seu país iria vencer, pediu o apoio dos Estados Unidos, e deixou duras críticas a quem se manifestou contra si. 

A discursar no hemiciclo da Câmara dos Representantes a convite das chefias republicanas no Congresso, no qual umas três dezenas de congressistas optaram por não comparecer, Netanyahu apresentou o seu caso como algo muito simples: a vitória na guerra ao Hamas chegará, mas “para que as forças da civilização triunfem, a América e Israel têm de se manter unidos”.

Do Hamas passou para o Irão num fósforo: “No Médio Oriente, o eixo de terror do Irão desafia os Estados Unidos, Israel e os nossos amigos árabes. Não se trata de um choque de civilizações, mas de um choque entre a barbárie e a civilização”, afirmou. Como tal, Netanyahu apelou aos decisores dos Estados Unidos para desbloquearem uma nova ajuda militar ao seu país para alcançar o objetivo de ter uma Faixa de Gaza desmilitarizada e “desradicalizada” após a guerra -- embora não tenha deixado mais do que essas palavras sobre o futuro do enclave.
 
Depois de ter elogiado militares presentes nas galerias, e de ter falado de Noa Argamani, jovem refém libertada e também presente entre os convidados -- onde também se encontrava o bilionário Elon Musk --, o chefe do governo israelita mostrou-se otimista sobre o destino dos 120 reféns mantidos pelo Hamas. “Estamos ativamente empenhados em esforços intensos para garantir a sua libertação [dos reféns)]. E estou confiante de que esses esforços podem ser bem-sucedidos.”

Enquanto fora do Capitólio a polícia distribuía gás pimenta aos manifestantes, Netanyahu dizia que estes “deviam ter vergonha” por estarem ao lado de quem assassina bebés. “São os idiotas úteis do Irão”, afirmou.
 
Sobre a guerra em curso, disse que Israel não está apenas a proteger-se. “Estamos a proteger-vos. Os nossos inimigos são os vossos inimigos, a nossa luta é a vossa luta e a nossa vitória será a vossa vitória.”

Netanyahu, que vai encontrar-se mais tarde com Joe Biden, Kamala Harris e o candidato republicano Donald Trump, agradeceu ao presidente - “um orgulhoso sionista irlandês-americano” - o seu apoio. 

cesar.avo@dn.pt