Guerra na Ucrânia (com vídeo)
08 julho 2024 às 09h24
Atualizado em 08 julho 2024 às 14h32
Leitura: 7 min

Já são10 mortos em ataque ao centro de Kiev. Hospital pediátrico atingido, russos dizem ter sido míssil ucraniano

"Há pessoas debaixo dos escombros", disse o presidente ucraniano sobre o ataque russo que foi "um dos piores" em dois anos de guerra. No total, 40 mísseis foram disparados contra várias cidades ucranianas, tendo provocado pelo menos 31 mortos.

Ataque russo ao centro de Kiev fez pelo menos 10 mortos e 35 feridos, segundo as autoridades ucranianas. Um hospital pediátrico foi atingido, informou o autarca da capital, Vitali Klitschko. "Este é um dos piores ataques" contra a cidade em dois anos de guerra, disse o presidente da câmara de Kiev à Reuters.

O ataque à capital fez parte de um conjunto de 40 misseis disparados contra várias cidades ucranianas, que no total fizerm 31 mortos.

"Como resultado do ataque de mísseis na capital, 10 pessoas foram mortas e 35 ficaram feridas", afirmou a administração militar da cidade.

O presidente ucraniano fez saber que "um dos maiores hospitais infantis da Europa" foi atingido e que "há pessoas debaixo dos escombros", sendo que "o número exato de vítimas" é ainda "desconhecido". "Todos estão a ajudar a limpar os escombros", escreveu Volodymyr Zelensky nas redes sociais. 

"A Rússia não pode alegar que não sabe onde caem os seus mísseis e deve ser responsabilizada totalmente por todos os seus crimes", acrescentou o presidente ucraniano.

O Ministério da Defesa russo afirmou, entretanto, que os extensos danos causados pelos mísseis em Kiev foram causados por um míssil de defesa aérea ucraniano, segundo a AFP. 

As imagens fotográficas e de vídeo do local "confirmam que os danos foram causados por um míssil de defesa aérea ucraniano", afirmou o ministério russo, acrescentando que as forças de Moscovo atingiram a indústria de defesa e alvos militares "pretendidos". 

Em comunicado, o ministério considerou falsas as declarações ucranianas sobre um ataque de Moscovo que teria atingido diretamente um hospital civil em Kiev, sem fornecer de imediato as "fotografias e imagens de vídeo citadas para sustentar as acusações".

A administração militar de Kiev confirmou, à agência de notícias EFE, o ataque russo, após ter divulgado um alerta para um ataque "massivo" contra "toda a Ucrânia" na rede social Telegram.

"Vizinhos de Kiev! Ataque de mísseis! As defesas aéreas foram ativadas na região. Mantenha o silêncio informativo. Pedimos para não gravarem ou publicarem o trabalho dos nossos defensores nas redes. Fiquem nos abrigos até ao final do alerta aéreo", referiu a publicação do Telegram da Administração Militar de Kiev. 

O último grande ataque a Kiev ocorreu em 12 de junho.

A administração militar de Kiev disse no Telegram que destroços caíram em seis bairros diferentes, enquanto o chefe do gabinete presidencial ucraniano, Andriy Yermak, denunciou um ataque "visando civis e infraestruturas".

ONU condena ataques

As Nações Unidas condenaram a "onda de bombardeamentos mortíferos" realizados nas últimas horas pelo exército russo contra várias cidades na Ucrânia.

"A semana começou na Ucrânia com outra onda de bombardeamentos mortíferos por parte das forças armadas russas", disse a coordenadora humanitária da ONU para a Ucrânia, Denise Brown, sublinhando que "estes ataques atingiram múltiplas cidades na Ucrânia, incluindo a capital Kiev, bem como bem como Kryvyi Rih e Pokrovsk, quando as pessoas estavam a começar o seu dia".

A responsável da ONU lamentou que "dezenas de pessoas tenham morrido e ficado feridas" e que "um hospital infantil no centro de Kiev tenha sofrido graves danos, cuja extensão é, por agora, desconhecida".

"É inadmissível que crianças morram e fiquem feridas nessa guerra. De acordo com o direito humanitário internacional, os hospitais têm proteção especial", disse Brown.

A coordenadora humanitária da ONU reiterou que "os civis devem ser protegidos" no contexto do conflito, desencadeado pela Rússia em fevereiro de 2022.

Comissão Europeia considera ataque a hospital pediátrio "para lá de cruel"

A Comissão Europeia já veio acusar a Rússia de quebrar "demasiadas vezes" as leis da guerra e considerou que atingir um hospital pediátrico é "para lá de cruel".

"O Hospital Pediátrico Okhmatdyt em Kiev foi atingido por um bombardeamento russo. As leis da guerra já foram quebradas demasiadas vezes pela Rússia, mas atingir um hospital pediátrico é para lá de cruel", disse o comissário para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, na rede social X (antigo Twitter).

O comissário europeu insistiu que a Rússia tem de ser responsabilizada "pelos crimes contra a população ucraniana".

Forças russas dispararam "mais de 40 mísseis" contra várias cidades da Ucrânia

Já os ataques russos sobre a cidade de Kryvyi Rih, no centro da Ucrânia, deixaram pelo menos 10 mortos e 31 feridos, informou o chefe da administração militar desta cidade.

"De acordo com dados preliminares, 10 pessoas morreram, 31 feridos já estão no hospital, 10 desses estão gravemente feridos", escreveu Oleksandr Vilkoul no Telegram, alegando que um "ataque massivo de mísseis" atingiu em particular uma área industrial em Kryvyi Rih, a cidade do presidente Zelensky.

Os ataques russos desta segunda-feira contra várias cidades ucranianas fizeram, pelo menos, 20 mortos e dezenas de feridos.

As forças russas dispararam "mais de 40 mísseis", esta segunda-feira, contra várias cidades da Ucrânia, incluindo a capital Kiev, alertou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky na rede social Telegram.

Além de Kiev, "Dnipro, Kryvyi Rih, Sloviansk, Kramatorsk" foram afetadas, afirmou Zelensky, acrescentando que, além de um hospital infantil, edifícios de apartamentos e infraestruturas foram afetados.

"Todos os serviços estão mobilizados para salvar o maior número de pessoas possível", acrescentou o presidente ucraniano. 

Entretanto, cinco civis, incluindo uma criança e um bebé, morreram quando o carro onde seguiam passou por cima de uma mina numa estrada florestal, anunciou também esta segunda-feira o chefe do distrito militar de Kharkiv, Oleg Synegoubov.

A explosão ocorreu "perto do cemitério número 17, numa estrada florestal não pavimentada em direção à aldeia ucraniana de Tsyrkouny", escreveu Synegoubov no Telegram, referindo que a mina foi colocada pelos russos.

As vítimas eram um homem de 53 anos, duas mulheres de 64 anos e 25 anos, um menino de cinco e um bebé de três meses, especificou o chefe do distrito militar de Kharkiv.