O primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobajidze, anunciou esta quinta-feira a suspensão "até ao final de 2028" das negociações de adesão à União Europeia (UE), cenário já assumido por Bruxelas perante a deriva antidemocrática observada em Tbilissi.
Após a declaração de Kobajidze eclodiram protestos em Tbilisi e em várias cidades da Geórgia, noticia a AFP. Milhares de manifestantes reuniram-se junto ao parlamento, exibindo bandeiras da UE e da Geórgia, tendo-se registado confrontos com a polícia, que já usou canhões de água e usou spray de pimenta e gás lacrimogéneo.
Segundo a Reuters, jovens mascarados tentaram entrar no parlamento, tendo o Ministério do Interior informado que três polícias ficaram feridos durantes os confrontos.
Também se registaram protestos junto à sede do partido Sonho Georgiano e ao palácio presidencial.
Os manifestantes apelavam para a criação de "uma nova frente de batalha, de resistência e de insubordinação às autoridades", enquanto repetiam palavras de ordem como "Escravos!" e "Russos!" e bloqueavam a avenida central Rustaveli, em frente ao parlamento.
A presidente da Geórgia juntou-se aos protestos, acusou o governo de declarar "guerra" ao seu próprio povo e confrontou a polícia de choque. "Vocês servem a Rússia ou a Geórgia? A quem é que prestaram juramento?", questionou Salome Zurabishvili.