Liga das Nações
05 setembro 2024 às 22h03
Leitura: 6 min

Portugal reaparece a ganhar com Ronaldo a marcar o golo 900 da carreira

Vitória diante da Croácia (2-1) na estreia desta edição da Liga das Nações. O golo dos croatas acabou por ser também o segundo de Dalot... só que na própria baliza.

Depois do Campeonato da Europa da Alemanha, prova em que ficou muito aquém do esperado, foi no Estádio da Luz que Portugal voltou a competir, ao estrear-se na Liga das Nações 2024/2025, onde integra o Grupo A1 com Croácia, Polónia e Escócia. E uma vitória diante da Croácia é sempre moralizadora, por 2-1, com golos de Dalot e Cristiano Ronaldo, o 900 da carreira – Dalot marcou ainda... para os croatas -, sobretudo quando o adversário tinha vencido no último confronto entre ambos, também por 2-1, um jogo particular disputado no Estádio do Jamor de preparação para o Europeu alemão.

Mas cada jogo tem uma história para contar e este tem vários momentos. Os primeiros apontamentos, de resto, começaram logo a ser registados quando se conheceu o onze português. Apesar das várias novidades na convocatória, Roberto Martínez recorreu com naturalidade a jogadores já perfeitamente identificados com as suas ideias, incluindo Pedro Neto que, apesar de pouco utilizado até agora, já integrou várias vezes o elenco chamado pelo técnico.

Assim, a uma linha de quatro na defesa (agora sem Pepe, que acabou a carreira e foi homenageado pela FPF, Martínez optou por Rúben Dias e Gonçalo Inácio no eixo), seguiu-se um trio no meio-campo, muito baixo, é certo, o que não deixa de ser um contra nas lutas pelos ares (Palhinha e Renato Veiga, dois rapagões, ficaram no banco...), mas com um virtuosismo muito acima da média, com Bernardo Silva na direita, Vitinha ao meio e Bruno Fernandes na esquerda, e três jogadores na frente, nas alas os velozes e desequilibradores Pedro Neto (direita) e Rafael Leão (esquerda), ao meio o inevitável CR7.

Com os dados lançados, interessava perceber, primeiro, que marcas poderia ter deixado o Europeu na equipa. Roberto Martínez tinha prometido energia e vontade de ganhar, uma equipa a jogar ao ataque, e Portugal começou desde logo com grande entusiasmo a tentar encontrar soluções para ferir a equipa croata. Não aconteceu ao minuto 6, depois de Dalot ganhar a bola a Baturina, acabando Bruno Fernandes por testar a atenção de Livakovic, aconteceu ao minuto 7, depois de Bruno Fernandes assistir... Diogo Dalot, que assinou o 1-0 de pé esquerdo.

Um rude e madrugador golpe na experiente equipa croata, que se apresentou em 5x3x1x1, ou seja, com a clara preocupação de povoar o meio-campo e tentar evitar, dessa forma, as aproximações de Portugal à sua baliza. O facto de a seleção portuguesa chegar tão cedo à vantagem acabou por criar algum incómodo a uma Croácia que procura recuperar confiança – refira-se que os croatas nem sequer passaram a fase de grupos no último europeu, depois de terem sido finalistas na última Liga das Nações, acabando por perder com a Espanha, e disputado a meia-final do último Mundial, tendo caído aos pés da França, que se sagraria campeã.

A equipa de Zlatko Dalic passa agora por uma fase de reestruturação, mas nem por isso deixou de fazer pela vida e de procurar a baliza de Diogo Costa – Modric, ao minuto 13, assustou de longe, e Kramaric, aos 26’, atirou ao lado.

Um dos pontos fortes do futebol da Croácia passa pela posse de bola, mas só a espaços o conseguiu fazer – aconteceu à meia-hora de jogo, com Diogo Costa, com enorme defesa, a negar o golo a Kramaric, e por alturas dos 2-1, com um autogolo de Dalot na sequência de um ataque rápido dos croatas -, pois Portugal soube quase sempre guardá-la e trocá-la, com segurança, de pé para pé, o que criava natural incómodo no adversário. E se, ao minuto 22, depois de passe de calcanhar de Rafael Leão, Cristiano Ronaldo obrigou Livakovic a defesa apertada, já aos 34’ o capitão assinou mesmo o 2-0, de primeira e de pé direito, a cruzamento da esquerda de Nuno Mendes. Marcou o golo 900 na carreira... e ajoelhou-se. É obra! Na primeira parte, refira-se, Pedro Neto ainda atirou à trave.

Roberto Martínez operou depois algumas alterações ao intervalo, provocando algumas nuances táticas na equipa, mas o jogo pouco mudou: Portugal a dominar, a Croácia, que nunca desistiu do jogo, sempre atenta (acabou mesmo o jogo a apertar Portugal...), mas a segunda metade não foi tão animada como a primeira - salve-se os minutos 66, quando Bruno Fernandes tentou a sorte de longe, mas Livakovic estava atento; 76, quando Matanovic, bem colocado, rematou ao lado; e 83, quando um remate de Nélson Semedo foi desviado para canto.

Nota ainda para o facto de Pote ter jogado os últimos minutos...

Contas feitas, Portugal reaparece a ganhar e a cantar “é o bicho, é o bicho” em homenagem a CR7 – é assim que é apelidado, carinhosamente, por aqueles que lhe são mais próximos. Segue-se a Escócia, domingo (19.45 horas).