O presidente da IL disse esta segunda-feira diretamente aos empresários que "vão ter mesmo de aumentar os salários dos trabalhadores" porque, caso contrário, não será possível contrariar a saída sistemática de pessoas qualificadas do país.
No nono dia de campanha para as eleições legislativas de domingo, dedicado aos distritos de Aveiro e Leiria, onde a IL ainda nunca elegeu nenhum deputado, Rui Rocha almoçou com empresários e repetiu, por vários vezes, que estes têm de pagar melhores salários.
"Vão ter mesmo que aumentar os salários, nós vamos ter que pagar melhor às nossas pessoas, nós temos que fazer esse esforço agora. Parece-me evidente que em Portugal os salários têm que subir", insistiu.
O dirigente liberal, que tem dedicado grande parte da campanha a visitar empresas de diferentes regiões do país, considerou urgente que os salários subam porque, se assim não for, o país não vai conseguir contrariar a saída sistemática de pessoas qualificadas.
Neste momento, o país está a alimentar outros países com o investimento que faz na qualificação e formação das pessoas não aproveitando, depois, essas pessoas em Portugal, onde elas fazem falta e onde podiam ajudar o país a crescer.
"Portanto, sim, as empresas, o país vai ter que aumentar salários. Isso parece-me inevitável", reforçou.
Além do apelo feito diretamente aos empresários num almoço em Leiria, Rui Rocha deixou também a garantia aos trabalhadores da Cartonagem Trindade, empresa que visitou de manhã em São João Madeira, no distrito de Aveiro, de que insistiria com os seus responsáveis para lhes subir o ordenado.
Além do desafio lançado aos empresários, Rui Rocha aproveitou ainda para lhes tecer elogios porque só as empresas criam riqueza e só as empresas trazem crescimento económico para Portugal.
"Não me esqueço que nós passamos por uma `troika´ e se saímos como saímos das pressões e das condições que a `troika´ impôs porque tínhamos um perfil, por exemplo, exportador das empresas portuguesas que era de cerca de 20% e em poucos anos, como acontece agora, passamos a exportar 50%. Foram empresas, foram vocês que criaram as condições para sairmos dos apertos da `troika´", atirou.
Dizendo que "não há nada mais social que o crescimento económico", ideia na qual tem insistido, o dirigente liberal considerou que só com empresas que crescem, que criam riqueza e que pagam melhores salários é que se trava a fuga para o estrangeiro de jovens qualificados.
Na sua opinião, Portugal tem de mudar a cultura que diz que ter sucesso, ambição e lucro é mau.
"Ter sucesso é bom, ter ambição é bom, crescer é bom, gerar riqueza é bom, criar empresas é bom, criar empresas que crescem é bom, ter lucro é bom", frisou.
Para contribuir para o sucesso das empresas e do país, a IL propõe-se a baixar o IRC e IRS, medida que classifica de imprescindível, e a eliminar o excesso de burocracia, que asfixia os empresários.