O Paquistão não perdeu tempo e respondeu ontem ao ataque iraniano de terça-feira, que tinha alegadamente como alvo o grupo sunita Jaish al-Adl (Exército da Justiça, em árabe), com bombardeamentos contra grupos armados anti-paquistaneses no Irão. Teerão reagiu como Islamabad na véspera: criticou a violação da sua soberania e exigiu explicações ao representante do país vizinho, mas também lembrou a relação “fraternal” entre ambos. A comunidade internacional apela à calma, esperando desarmar a tensão na região.
“Vários terroristas foram mortos durante a operação baseada em inteligência”, indicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros paquistanês, falando numa “série de ataques militares, altamente coordenados e de precisão, direcionados contra esconderijos terroristas”. O alvo seriam bases da Frente de Libertação Baloch e do Exército de Libertação Baloch, que defendem a independência do Baluchistão (território nos atuais Irão, Paquistão e Afeganistão).
O ministro do Interior iraniano, Ahmad Vahidi, disse que os mísseis que atingiram Saravan, uma aldeia na província de Sistão-Baluchistão, próximo da fronteira com o Paquistão, mataram quatro crianças, três homens e duas mulheres de nacionalidade “estrangeira”. O ataque iraniano de terça-feira, contra alegados alvos terroristas em Koh Sabz, no Paquistão, terá causado a morte a pelo menos duas crianças.