O número de pessoas inscritas como desempregadas nos centros de emprego públicos (rede do IEFP - Instituto do Emprego e Formação Profissional) registou, no primeiro trimestre deste ano, o maior aumento desde o pior momento da pandemia (primeiro trimestre de 2021), indicam dados oficiais do instituto tutelado pelo Ministério do Trabalho.
O volume de ofertas de emprego por parte de empresas também está em forte declínio, tendo baixado ao ritmo mais elevado desde esse início de 2021, de acordo com um levantamento feito pelo DN/Dinheiro Vivo.
Recorde-se que no começo de 2021, quando se vivia a fase mais letal da doença covid-19, a economia mais baseada em contactos pessoais estava praticamente paralisada por causa dos confinamentos decretados para travar a circulação do vírus. Muitas empresas faliram, outras foram obrigadas a fechar portas temporariamente, ou a reduzir drasticamente a atividade.
Segundo o IEFP, em março deste ano, o total de desempregados registados no País foi superior ao verificado no mesmo mês de 2023, em mais 18 459 casos, ou seja, um aumento homólogo de 6%. No final do primeiro trimestre havia 324 616 pessoas sem trabalho registadas nos serviços de emprego.
“Para o aumento do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2023, na variação absoluta, contribuíram os inscritos há menos de 12 meses (+19 204), os que procuram um novo emprego (+17 029) e os detentores do ensino secundário (+16 365)”, explica o IEFP na nova síntese de informação mensal.
De acordo com dados também ontem divulgados, em março, o número de beneficiários de prestações de desemprego em março aumentou 9,1% em termos homólogos, para 195 359 pessoas.
Significa isto que mais de um terço dos desempregados não auferem qualquer tipo de apoio contra a situação de desemprego. Cerca de 64% do total (195 359) têm subsídio.