O governo venezuelano decidiu este sábado revogar a permissão concedida ao governo do Brasil para representar a embaixada da Argentina em Caracas e retirar-lhe a custódia do edifício onde estão refugiados seis colaboradores da líder opositora María Corina Machado. A decisão surge numa altura em que a oposição denuncia um "cerco" ao local.
"A Venezuela tomou a decisão de revogar, de maneira imediata, a autorização concedida ao Governo do Brasil para exercer a representação dos interesses da Argentina e seus cidadãos em território venezuelano, assim como a custódia das instalações da missão diplomática, incluindo seus bens e arquivos", afirma o texto divulgado pelo chanceler venezuelano, Yván Gil.
Mas fontes da diplomacia brasileira disseram ao G1 que o Brasil continuará a assumir a custódia da embaixada até que outro país assuma esse cargo. "Continuaremos a representar os interesses da Argentina, inclusive na proteção de quem está na residência, até que se defina um país substituto do Brasil", indicou a fonte.
A oposição venezuelana denunciou neste sábado um novo episódio de "cerco" por parte de agentes "encapuzados" posicionados diante da embaixada da Argentina em Caracas, onde seis colaboradores da líder opositora María Corina Machado estão refugiados desde março.
Desde a noite de sexta-feira, veículos das forças de segurança estatais cercam a sede diplomática, que estava sob custódia do Brasil desde que a Venezuela rompeu relações com a Argentina e outros países da região, que denunciaram fraude eleitoral.
"Assim amanhece a sede da embaixada da Argentina em Caracas, cercada por agentes do regime, encapuzados e armados, que - além disso - impedem o acesso dos jornalistas, embora a rua não esteja fechada", afirma uma mensagem publicada nas redes sociais da oposição.