Cinco membros do governo conservador britânico perderam os lugares de deputados nas eleições de quinta-feira.
Os ministros Grant Sharps (Defesa), Alex Chalk (Justiça), Gillian Keegan (Educação) e Johnny Mercer (Veteranos), e o secretário de Estado Justin Tomlinson (Energia) protagonizaram o chamado "momento Portillo" ao serem vítimas da "avalanche trabalhista".
O "momento Portillo" é a expressão usada no Reino Unido para descrever a derrota inesperada em 1997 do então ministro da Defesa, Michael Portillo, para um candidato trabalhista desconhecido, tornando-se num símbolo da vitória esmagadora de Tony Blair.
O atual ministro da Defesa foi derrotado pelo candidato trabalhista Andrew Lewiwn no círculo eleitoral de Welwyn Hatfield, que obteve 41% dos votos contra 33%, noticiou o jornal The Guardian, citado pela agência de notícias espanhola Europa Press.
Shapps atribuiu a derrota à consternação dos eleitores perante a incapacidade dos conservadores de resolverem as suas divergências em privado.
Apelou ao novo governo para utilizar os 2,5% do produto interno bruto (PIB) destinados à Defesa para continuar a apoiar a Ucrânia a defender-se da guerra da agressão da Rússia.
O "banho de sangue eleitoral" dos conservadores, como já lhe chamou a imprensa britânica, atingiu também o ministro da Justiça, Alex Chalk, que perdeu o lugar na Câmara dos Comuns para o candidato liberal democrata Max Wilkinson em Cheltenham.
A ministra da Educação, Gillian Keegan, foi derrotada por um candidato liberal democrata e o titular da pasta dos Veteranos perdeu para um trabalhista, tal como o secretário de Estado Justin Tomlinson.
Já a antiga primeira-ministra conservadora britânica Liz Truss perdeu o lugar no círculo eleitoral de South West Norfork para o candidato trabalhista Terry Jermy. Truss, que esteve à frente do governo apenas 44 dias antes de ser forçada a demitir-se devido às repercussões financeiras de um plano fiscal radical, obteve 11.217 votos contra 11.847 dos trabalhistas.
Ao saber do resultado, a antiga chefe de governo foi fotografada a abraçar alguns apoiantes, mas não fez qualquer discurso, de acordo com a agência de notícias EFE.
Outras figuras importantes do Partido Conservador, como o vice-primeiro-ministro, Oliver Dowden, o ministro das Finanças, Jeremy Hunt, a ministra da Economia, Kemi Badenoch, e a antiga ministra do Interior Suella Braverman, seguraram lugares.