No verão de 2004, quando foi apresentado no Chelsea, ficou célebre a frase de José Mourinho aos jornalistas ingleses: “Não me chamem arrogante, porque o que vou dizer é verdade: sou Campeão Europeu e penso que sou um Special One”. 20 anos e uns meses depois, Ruben Amorim, na primeira conferência de imprensa como treinador do Manchester United, não entrou em provocações, mas deixou uma garantia: “Chamem-me ingénuo, mas eu acredito verdadeiramente que sou o homem certo no momento certo.”
Sorridente e confiante. Foi assim que o ex-treinador do Sporting se apresentou pela primeira vez aos jornalistas britânicos, em vésperas de se estrear - amanhã no campo do Ipswich (16.30, DAZN). Entre perguntas mais e menos técnicas, respondeu por que acredita ser a pessoa certa para reerguer o United, um gigante que tem andando na penumbra, sem ser campeão desde 2012-13 e atualmente no 13.º lugar na Liga Inglesa.
“Porque sou um pouco sonhador e porque acredito em mim, nas minhas capacidades, no clube e nos jogadores. Eu sei que vocês [jornalistas] não acreditam assim tanto neles, mas eu acredito muito. Vocês acham que não será possível, mas eu acredito que sim e no fim falamos”, atirou. “Posso estar errado, mas o mundo continuará a girar, o Sol a erguer-se e não estou preocupado com isso. Acredito verdadeiramente que sou a pessoa certa para este trabalho”, insistiu.
Amorim não entrou em promessas de títulos, nem falou de timings para os conquistar. O contrato é válido por duas épocas e meia e o objetivo imediato “é ganhar ao Ipswich” amanhã e depois “preparar o seguinte”. Mas deixou um aviso aos mais descrentes, lembrando o seu passado no Sporting: “Sei que é um trabalho muito difícil, que não há muita gente a acreditar. Mas em Portugal nós já fizemos isso.”
Perante várias questões sobre o que pretende mudar e quando, insistiu que “não haverá revoluções”. Mas deixou a garantia de que vai “implementar um estilo de futebol totalmente diferente”. “Não sei se serão as melhores ideias, mas são as minhas e aquelas em que acredito”, atirou, confirmando que a equipa tem de “melhorar muitos aspetos”, nomeadamente a “capacidade física”.
“Não sei quanto tempo demorará, mas sei que quando se está no United o mais importante é ganhar jogos. Preciso de tempo, porque estamos na maior Liga do mundo, e temos de melhorar muito para tentar vencê-la. Mas primeiro há que ganhar jogos para depois tentar ganhar títulos”, advertiu.